Como está a vacinação nos outros países que compraram vacina da Sinovac
O governo de São Paulo projetou iniciar a vacinação contra a covid-19 em janeiro, caso tenha a aprovação da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária). A vacina escolhida é a CoronaVac, desenvolvida pelo laboratório chinês Sinovac, em parceria com o Instituto Butatan. A previsão está próxima a de outros países que compraram o imunizante da mesma farmacêutica.
Além do Brasil, a Indonésia e a Turquia também começaram a receber as primeiras doses da Sinovac neste mês e planejam início da vacinação entre dezembro e janeiro —como aqui, estão condicionados às aprovações das agências reguladoras. Além deles, o Chile iniciou testes da vacina, mas não estabeleceu contrato de compra.
Veja a seguir como está a situação nos outros países que compraram o imunizante do laboratório chinês:
Indonésia
Com testes iniciados em agosto, o arquipélago ao sul da Ásia já recebeu 1,2 milhão de doses e deverá receber mais 1,8 milhão no início de janeiro, segundo a agência Reuters. O governo pretende começar a vacinação ainda neste ano, mas, como aqui, a vacina ainda precisa ser avaliada pela agência de alimentos e medicamentos do país (BPOM).
O país tem mais de 260 milhões de habitantes e quase 18 mil mortes por covid, segundo a OMS (Organização Mundial de Saúde). O acordo com a Sinovac foi estabelecido no meio do ano.
A exemplo do contrato com o Instituto Butantan, a Indonésia também estabeleceu um acordo de troca de tecnologia com o governo chinês. Em anúncio feito no último domingo (6), o presidente Joko Widodo afirmou que ainda neste ano o país deverá receber matérias-primas para produzir 15 milhões de doses e materiais para mais 30 milhões de doses no próximo mês.
Turquia
A Turquia estabeleceu um acordo de compra de 50 milhões de doses da CoronaVac em setembro. Segundo a Associated Press (AP), entre 10 milhões e 20 milhões de doses deverão chegar na próxima sexta-feira (11).
De acordo com o programa de imunização apresentado pelo ministro da Saúde turco, Fahrettin Koca, mais 20 milhões de doses deverão chegar em janeiro e outras 10 milhões em fevereiro.
A data oficial do início da vacinação ainda não foi anunciada, mas a expectativa é que comece ainda neste ano, também após a aprovação da agência reguladora do país. Com 83 milhões de habitantes, o país tem quase 15 mil mortes por covid.
China
O país de origem da Sinovac foi também onde os testes das fases 1 e 2 foram iniciados, no meio do ano, mas a vacinação em massa com o imunizante ainda não começou.
No país, a imunização deve ocorrer pela estatal Sinopharm, cuja vacina também está em fase de testes. Segundo o jornal britânico The Guardian, quase um milhão de pessoas já foram testadas com o imunizante.
Chile
O Chile autorizou a realização de testes com a Sinovac no país em setembro. Não há, no entanto, nenhum acordo oficial de recebimento de doses.
Na semana passada, o ministro da Saúde chileno, Enrique Paris, afirmou que a vacinação no país deverá iniciar no primeiro semestre de 2021, à medida que os imunizantes forem aprovados internacionalmente.
Além da Sinovac, o governo chileno está fazendo contato com Pfizer, Johnson & Johnson, AstraZeneca, entre outras.
Outras vacinas em teste no Brasil
Quatro vacinas estão em teste no Brasil. Nenhuma delas foi aprovada e registrada pela Anvisa.
A CoronaVac atingiu o número mínimo de infectados pelo novo coronavírus em seu estudo de fase 3 no Brasil há duas semanas, o que permite iniciar a análise dos dados que visam comprovar a sua eficácia.
O Butantan espera enviar esses dados à Anvisa até a próxima semana, para que a agência federal inicie a avaliação e possa conceder uma autorização emergencial até meados de janeiro.
O diretor da agência regulatória, Antônio Barra Torres, no entanto, prevê um prazo maior. "Antes de verificarmos estes protocolos de registro, precisamos acessar os documentos dos estudos clínicos referentes à fase 3 dos testes. No entanto, estes estudos ainda não se encerraram. Para efetuarmos o registro de vacina contra o coronavírus, demandamos no mínimo 60 dias para analisarmos os documentos", disse Barra Torres, horas depois do anúncio do governo paulista, durante entrevista à rádio Jovem Pan.
Oficialmente, a Anvisa divulgou nota afirmando que faltam etapas para liberar a CoronaVac.
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