Topo

Esse conteúdo é antigo

SP quer uso emergencial da CoronaVac: 'Não adianta seguir ritos habituais'

Jean Gorinchteyn disse que as autoridades irão pedir o registro emergencial da CoronaVac - MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO
Jean Gorinchteyn disse que as autoridades irão pedir o registro emergencial da CoronaVac Imagem: MISTER SHADOW/ASI/ESTADÃO CONTEÚDO

Do UOL, em São Paulo

08/12/2020 08h25Atualizada em 08/12/2020 12h32

O secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse hoje que as autoridades irão pedir o registro emergencial da CoronaVac, vacina contra a covid-19 produzida pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.

Ontem, o governo paulista apresentou o PEI (Plano Estadual de Imunização) contra a covid-19, que tem início agendado para 25 de janeiro. O imunizante, porém, ainda precisa ter o registro aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para ser distribuído e aplicado. O plano nacional de imunização do Ministério da Saúde está previsto para início em março.

Em entrevista à Globonews, Gorinchteyn disse que é preciso dar celeridade ao processo, dada a gravidade da pandemia, com registro de aumento do número de casos, óbitos e internações.

"Não adianta seguir os ritos habituais e jogar um programa nacional de imunização para março. As mortes aí estão, nós temos ascendência de número de casos, de óbitos, de internações e, infelizmente, as pessoas continuam, como nós vemos nas reportagens, deixando de seguir todos aqueles que rituais de proteção. Nós precisamos de vacinas, vacinas eficazes e que consigam proteger vidas", afirmou.

Vamos pedir o registro emergencial e o registro definitivo, o registro que nós chamamos regular, esse sim demora 60 dias
Jean Gorinchteyn

Ele lembrou que um comitê internacional independente está fazendo a análise dos resultados dos testes da CoronaVac e, nos próximos, dias já será possível saber de quanto é a eficácia do imunizante.

"Se nós temos uma vacina que vai mostrar segurança, imunogenicidade, e nos próximos dias também mostrará eficácia, no meio de uma pandemia, no meio de uma crise sanitária, nós precisamos de celeridade."

"Avaliação compassiva"

Gorinchteyn disse é preciso ter uma "avaliação compassiva", citando países da Europa, especialmente o Reino Unido, que iniciou hoje a vacinação contra a covid-19 após aprovação pela agência regulatória na semana passada.

"É o uso compassivo, é a compaixão e é isso que vai fazer com uma força-tarefa de analisar isso e liberar de uma forma muito mais célere. Nós temos prioridade, a prioridade hoje é vacina, a vacina é a única forma que nós poderemos não só salvar vidas, mas voltar o nosso normal, à nossa economia, diminuir o fluxo de pessoas que estão indo no sistema de saúde por todo estado e também por todo o país, muitos dos quais já estão próximos da sua capacidade máxima", disse.

Ontem, o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antônio Barra Torres, desejou "boa sorte" ao governador de São Paulo, João Doria (PSDB), depois que ele se antecipou à agência e anunciou a data de início para a vacinação.

Ele afirmou que o órgão não estipulará prazos para aprovação das vacinas e que seguirá o protocolo previsto.

A respeito da negociação do imunizante com outros estados e municípios, Gorinchteyn disse que as autoridades paulistas já tiveram mais de oito estados que solicitaram a realização da tratativa comercial.

Questionado se o Butantan tem como atender a demanda de outras localidades, ele disse que existe uma capacidade de produção de um milhão de vacinas por dia.