Aniversariante, Doria não irá a evento de plano de vacinação de Bolsonaro
O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), não participará do evento de lançamento do plano de imunização contra a covid-19 do governo Jair Bolsonaro (sem partido), amanhã, em Brasília. Segundo o Ministério da Saúde, todos os governadores e laboratórios envolvidos na pesquisa no Brasil foram convidados pelo ministro Eduardo Pazuello. A cerimônia acontecerá no Palácio do Planalto e deve ter a presença de Bolsonaro.
Segundo a assessoria de imprensa do governador, amanhã é aniversário de 63 anos de Doria. Ele quer estar próximo da família e vai despachar durante o dia em São Paulo. O estado será representado pelo secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn.
O governo federal e o governo de São Paulo já tiveram embates sobre a vacinação e a utilização da vacina produzida em parceria com um laboratório chinês. Bolsonaro já comemorou a suspensão das pesquisas do Butantan, quando um voluntário dos testes morreu.
O governo Bolsonaro deve apresentar amanhã, oficialmente, o plano que foi entregue ao STF (Supremo Tribunal Federal) semana passada. O texto pode ter pequenas alterações, mas seguirá as diretrizes já estabelecidas.
Ao STF, a AGU (Advocacia-Geral da União) informou que o Ministério de Saúde prevê o início da vacinação para grupos prioritários cinco dias após ter o aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e a entrega das primeiras doses de um imunizante certificado pela agência.
O país registra 181.939 mortes provocadas pela doença desde o início da pandemia. O total de infectados chegou a 6.929.409, ontem. Foram 651 mortes em média nos últimos sete dias. Os dados foram divulgados ontem pelo consórcio da imprensa, do qual o UOL faz parte.
Doria x Pazuello
O governo Bolsonaro e o governo Doria disputam uma corrida pela vacinação. Doria prometeu vacinação a partir de 25 de janeiro. Pazuello, que inicialmente prometeu vacinação em março, na semana passada disse que poderia vacinar a população emergencialmente já em dezembro.
Doria e Pazuello discutiram em uma reunião semana passada. O governador questionou se o ministério compraria a vacina que o Instituto Butantan desenvolve em parceria com a farmacêutica chinesa Sinovac. Pazuello rebateu dizendo que a vacina não é do estado de São Paulo e sim do Butantan. O instituto pertence ao governo do estado e é um dos principais laboratórios na produção de vacina do mundo.
"O Butantan, quando concluir seu trabalho e tiver uma vacina registrada. Nós avaliaremos essa demanda e se houver demanda e se houver preço, nós vamos comprar", disse Pazuello em resposta a Doria. A reunião foi virtual com presença de outros governadores.
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