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'Não há prejuízo para vacinas', diz Gabbardo sobre variante do coronavírus

João Gabbardo dos Reis, secretário-executivo do Centro de Contingência do coronavírus em São Paulo - Aloísio Maurício/Fotoarena/Estadão Conteúdo
João Gabbardo dos Reis, secretário-executivo do Centro de Contingência do coronavírus em São Paulo Imagem: Aloísio Maurício/Fotoarena/Estadão Conteúdo

Felipe Oliveira, Thaís Augusto e Wanderley Preite Sobrinho

Do UOL, em São Paulo

23/12/2020 16h54

Novas variantes do coronavírus não causam prejuízo ao desenvolvimento de vacinas, afirmou o coordenador do Centro de Contingência do combate ao coronavírus em São Paulo, João Gabbardo dos Reis. A declaração foi dada hoje em coletiva de imprensa sobre a eficácia da CoronaVac, a vacina produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac.

"Essas variantes ocorrem, ocorreram e vão continuar ocorrendo. Vamos conviver com pequenas alterações do vírus, mas, até o momento, as variantes não foram suficientes para trazer qualquer prejuízo no que diz respeito ao desenvolvimento de vacinas", disse Gabbardo. "

Testes feitos no Brasil já encontraram pessoas que apresentam a doença em várias formas. Algumas [variantes] chegam ao Brasil, outras não
João Gabbardo, Coordenador do Centro de Contingência

Na semana passada, o Reino Unido identificou uma nova variação do coronavírus que pode estar relacionada à alta nos casos de covid-19 no sul da Inglaterra. Segundo informações do governo, a linhagem pode ser até 70% mais transmissível do que a anterior.

Cerca de 60% dos casos recentes detectados no Reino Unido foram gerados pelo vírus modificado. Para evitar que a nova cepa circule, países como a França chegaram a suspender voos e conexões de trem com o Reino Unido —a decisão foi parcialmente derrubada.

Até o momento, casos da nova cepa do coronavírus foram registrados no Reino Unido, Islândia, Itália, Holanda e Dinamarca, segundo a epidemiologista da OMS, Maria Van Kerkhove.

"Especificamente sobre a variante do Reino Unido, a autoridade inglesa anunciou que não há interferência com a resposta vacinal", reforçou Gabbardo. "O fato de acontecerem mutações acaba servindo como marcador viral. Isso é importante para que haja análise do componente genético do vírus e para que possamos entender a movimentação dele nas populações."

Mutações em vírus ocorrem por conta da ampla disseminação da doença. Há estudos europeus que apontam para mais de 4 mil alterações já registradas do coronavírus.

Ainda hoje, o Reino Unido anunciou a descoberta de outra variante do coronavírus —que pode ser ainda mais transmissível. De acordo com o secretário de saúde britânico, Matt Hancock, a linhagem foi identificada em pessoas infectadas que viajaram à África do Sul nas últimas semanas.

"Esta nova variante é altamente preocupante porque é ainda mais transmissível e parece ter sofrido mais mutação do que a (primeira) nova variante descoberta no Reino Unido", disse Hancock em entrevista.