SP: Ocupação de UTIs salta 5 pontos em um dia e pode antecipar fase laranja
Em apenas um dia, o índice de ocupação de UTIs (Unidade de Terapia Intensiva) na cidade de São Paulo saltou 5 pontos percentuais e assustou a secretaria municipal de Saúde: a taxa passou de 60% ontem para 65% hoje. Em todo o estado, ela é de 66,9%.
Em leitos de UTI da Prefeitura, ao todo, há 648 pacientes internados. Já os dados do governo do Estado apontam que hoje mais 1.861 pessoas foram internadas. Esse é o maior número de novas internações desde 13 de agosto de 2020, quando 1.906 pessoas foram internadas, ainda no pico da pandemia no país.
O aumento preocupa a Prefeitura porque a taxa de aumento considerada "normal" de um dia para o outro é de, no máximo, 1%.
De acordo com fontes do Centro de Contingência ao Coronavírus em São Paulo ouvidas pelo UOL, caso a taxa siga evoluindo na mesma velocidade e atinja 70% até sexta-feira, há possibilidade de regressão para a fase laranja do plano, em que as medidas são mais restritas do que na amarela.
A regra passou a constar na nova métrica utilizada pelo Centro de Contingência, elaborada com o aval do governador João Doria (PSDB) para dimensionar a pandemia em São Paulo.
Segundo o novo parâmetro elaborado pelos cientistas do Centro de Contingência, uma região entra automaticamente na fase laranja caso tenha mais de 70% das UTIs ocupadas. Se o índice chegar a 80%, passam a valer as regras da fase vermelha.
Antes, as taxas limite para a implementação de regras mais duras era de 75%, para retroceder à fase laranja e de 85% para a vermelha.
Atualmente, a capital está na fase amarela do Plano São Paulo e a previsão, até a manhã de hoje, era de que a capital continuaria sob as regras da fase amarela. Contudo, o rápido crescimento do índice de internações pode levar o governador a decidir por mais restrições na sexta-feira (15), quando atualizará a classificação do Plano.
Centro de Contingência já cobrou mais rigidez de Doria
O Centro de Contingência é uma pasta independente que conta com infectologistas e epidemiologistas, criada pelo governo paulista com o objetivo de sugerir e guiar as ações no controle da pandemia.
O comitê, no entanto, apenas indica e sugere ao governador para qual estágio as regiões devem regredir, sem poder de decisão sobre as mudanças de fase. Doria é quem dá a palavra final e estabelece eventuais flexibilizações.
Na semana passada, os médicos já haviam pedido mais rigidez na atualização do Plano São Paulo, argumentando que a ida para a fase laranja seria mais adequada considerando as estimativas da pandemia para o mês de janeiro: o próprio governo estadual espera um grande aumento nos números de diagnósticos e óbitos a partir da semana que vem como resultado das aglomerações ocorridas na virada do ano.
Durante entrevista coletiva na manhã de hoje, o secretário de Saúde do Estado, Jean Gorinchteyn, disse que todos os indicadores da saúde pioraram no último mês, e tendem a se agravar ainda mais.
"Temos que lembrar que em início de dezembro tínhamos ocupação de 40%. Em relação aos índices da semana anterior, tivemos aumento de 63% no número de casos, 49% de óbitos e tivemos 15% no número de internações. Essa foi a maior média móvel de internações e óbitos desde agosto do ano passado", afirmou o secretário.
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