Secretário de SP admite início tímido de vacinação e projeta mais doses
O secretário estadual de Saúde de São Paulo, Jean Gorinchteyn, disse hoje que o número de doses disponíveis para o início da imunização contra a covid-19 ainda é baixo, mas está dentro do esperado.
Em entrevista à GloboNews, Gorinchteyn disse que o ideal seria o Brasil ter uma vacinação em massa já neste momento, mas que indefinições do Ministério da Saúde em relação à aquisição da CoronaVac e outros imunizantes atrasaram o processo.
"Sempre lutamos (Governo de São Paulo) para (a CoronaVac) entrar no Plano Nacional de Imunização (PNI). Seria a única forma de mudar a história de mortes pela doença. Tivemos a sinalização no dia 20 de outubro, todos os governadores ficaram felizes, toda a população ficou feliz, mas no dia 21 de outubro o acordo foi cancelado", disse Gorinchteyn, lembrando do acordo selado com o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, mas desfeito pelo presidente Jair Bolsonaro (sem partido) no dia seguinte.
"Tudo isso fez com que tivéssemos vacina sim, mas em quantidade ainda baixa. Temos 6 milhões de doses para o Brasil. Estamos começando tímido, gostaríamos de estar fazendo vacinação em massa, mas ainda não estamos fazendo", disse.
Ontem, após a aprovação de uso emergencial da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), São Paulo iniciou a vacinação a partir dos profissionais de saúde. No Brasil, os estados estão liberados para começar a imunização na tarde de hoje.
Segundo Gorinchteyn, as cerca de 1,4 milhão de doses disponíveis para São Paulo - 6 milhões em todo o Brasil - são insuficientes para vacinar até mesmo o grupo prioritário, mas existe a previsão de novas doses sejam disponibilizadas nos próximos dias.
"Temos cerca de 1,4 milhão de doses em São Paulo. Elas conseguem proceder a vacinação de 700 mil pessoas (são necessárias duas doses). Só nos profissionais de saúde, são 1,5 milhão no estado, ou seja, precisamos de 3 milhões (de doses)", disse.
"Precisamos ter mais vacinas disponíveis, temos mais 4,8 milhões prontas (para serem distribuídas em todo o Brasil) esperando a documentação da Anvisa. Precisamos ter de forma gradual e progressiva, vacinando primeiro os profissionais e depois os outros grupos, para que a vacinação possa ganhar uma celeridade maior", disse.
Ainda segundo Gorinchteyn, existe a previsão da chegada de insumos necessários para a produção de 10 milhões de vacinas CoronaVac até o fim de janeiro, mas existe um trâmite até que elas sejam disponibilizadas.
"Nós temos que lembrar que os insumos vêm da China, daí há todas as tratativas que garantem o seu uso. Está tudo dentro do combinado, infelizmente o que estava combinado e esperado não está na velocidade que todos esperam. Nós ainda temos que vacinar muito mais pessoas para dizer 'ufa, estamos tranquilos'", disse.
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