Após vacina da Índia, Pazuello diz que agora é preciso produzir no Brasil
O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse hoje durante a chegada de 2 milhões de doses da vacina de Oxford/AstraZeneca, no Aeroporto do Galeão, no Rio, que o Brasil precisa de uma produção nacional para atender a demanda doméstica.
"Essas doses importadas são para dar início ao processo, mas nosso País precisa da produção nacional. É a produção nacional na Fiocruz, no Butantan e provavelmente numa empresa particular para produção da vacina da Sputnik [V], que está sendo negociada para isso, que nós vamos ter a produção em massa, a produção de grande quantidade para vacinação em massa. Esse é o objetivo do Ministério da Saúde", afirmou Pazuello, em rápido pronunciamento.
Embora o ministro não tenha citado, o Brasil já deu o seu pontapé inicial com a produção, em São Paulo, da Coronavac, imunizante desenvolvido pelo laboratório chinês Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, mas que encontra dificuldades com a importação de insumos.
O Butantan afirmou nesta semana que praticamente esgotou a quantidade de insumos para fabricar a Coronavac no País. O órgão ligado ao governo paulista já distribuiu o primeiro lote, com 6 milhões de doses, importadas da China. Além disso, tem condições de entregar só mais 4,1 milhões de unidades. Depois, depende da matéria-prima chinesa para garantir novas remessas.
Durante o evento, Eduardo Pazuello disse ainda que a chegada do novo lote é "começo do processo" e citou a expectativa sobre a liberação do IFA — ingrediente farmacêutico ativo
"Estamos negociando para receber mais doses agora no começo de fevereiro e o IFA é necessário para que a Fiocruz comece a produzir até 15 milhões de doses por mês", pontuou.
Em sua fala, no aeroporto, Pazuello também exaltou o SUS (Sistema Único de Saúde) no Brasil e o classificou como "a grande ferramenta que nós temos para fazer a saúde pública do nosso país".
"É o maior sistema de saúde pública do mundo e sem esse sistema nós não poderíamos ter feito o que estamos fazendo no combate ao coronavírus", ressaltou.
Caminho da vacina
Após chegarem ao Rio, as vacinas contra a covid-19 foram levadas para a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). Lá, elas passarão por uma checagem de qualidade e segurança, além de rotulagem, com etiquetagem das caixas com informações em português. O trabalho, segundo a fundação, deve durar a madrugada e manhã de hoje (23).
A previsão é de que os imunizantes estejam prontos para serem devolvidos ao Ministério da Saúde hoje à tarde. A logística de distribuição para os estados ficará sob a responsabilidade do Governo Federal.
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