Bolsonaro anuncia chegada de insumos para CoronaVac 'nos próximos dias'
O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) anunciou hoje ter sido informado pela Embaixada da China que a exportação de 5.400 litros de insumos para a vacina CoronaVac está "em vias de envio ao Brasil" e deve chegar nos próximos dias. A China é o país de origem da matéria-prima. Por conta da falta do insumo, o Instituto Butantan, em São Paulo, está há mais de uma semana sem produzir novas doses da vacina contra a covid-19.
"Embaixada da China nos informou, pela manhã, que a exportação dos 5.400 litros de insumos para a vacina CoronaVac [foi] aprovada e já está em vias de envio ao Brasil, chegando nos próximos dias", escreveu Bolsonaro em uma rede social, acrescentando que a liberação dos insumos para a vacina AstraZeneca/Oxford também está sendo "acelerada".
O presidente ainda agradeceu ao governo chinês pela "sensibilidade", bem como o "empenho" dos ministros Ernesto Araújo (Relações Exteriores), general Eduardo Pazuello (Saúde) e Tereza Cristina (Agricultura) na negociação. .
Compartilhando a publicação de Bolsonaro, o embaixador da China no Brasil, Yang Wanming, disse que seu país está junto com o Brasil na luta contra a covid-19 e que continuará a ajudá-lo "dentro do seu alcance". "A União e a solidariedade são os caminhos corretos para vencer a pandemia", afirmou.
Michel Temer: "Dei uma mãozinha"
Em entrevista ao "Brasil Urgente", da TV Bandeirantes, o ex-presidente da República Michel Temer disse ter dado uma "mãozinha" para liberação dos insumos para a produção da CoronaVac.
"Conversei hoje com ele [o embaixador da China no Brasil]. Tivemos uma conversa de 16, 17 minutos, mas muito produtiva. E ele me disse que os insumos estavam praticamente já caminhados e que faltava uma pequena questão técnica, que eles estavam examinando. Eu acho que foi um esforço de todos. Eu dei uma mãozinha. E acho que ajudou", afirmou.
Sobre a briga entre Bolsonaro e o governo de São Paulo, João Doria, Temer afirmou que "o Brasil precisa da humildade de todos, da união de todos".
Temer foi acionado pelo Governo de São Paulo na semana passada. O primeiro contato teria sido feito pelo presidente do Instituto Butantan, Dimas Covas, para o chefe do escritório do governo paulista em Brasília, Antonio Imbassahy, que conversou com Temer.
Produção parada
Após fornecer 6 milhões de doses da CoronaVac ao Ministério da Saúde para dar início à vacinação contra a covid-19, o Instituto Butantan começou na última sexta-feira (22) a distribuição de mais 4,1 milhões de doses que receberam o aval da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) para a aplicação.
Mas o Butantan aguarda há semanas a chegada de mais matéria-prima para produzir, envasar e rotular outros 11 milhões de doses. A produção da CoronaVac na fábrica do Butantan parou no domingo passado (17) e, com isso, há risco de faltarem doses para serem distribuídas pelo PNI (Programa Nacional de Imunizações), o que poderia levar à paralisação da vacinação no país.
Pela manhã, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), anunciou que fará uma reunião virtual amanhã com a Embaixada da China para tentar definir a questão da chegada dos insumos para a produção da CoronaVac.
"Tudo indica que será uma reunião conclusiva. Até 11h da manhã teremos posições finais, dada a importância de que com esses insumos poderemos produzir mais vacinas", explicou o governador paulista hoje, durante um evento pró-vacinação com os ex-presidentes Fernando Henrique Cardoso (PSDB), Michel Temer (MDB) e José Sarney (MDB).
Vacina AstraZeneca/Oxford
Além da CoronaVac, o governo federal conta apenas com a vacina de AstraZeneca/Oxford, que também sofre com o atraso da chegada de insumos da China. A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) tinha previsão de entregar o primeiro milhão de doses produzidas no Brasil no início de março; agora, esse prazo deve se estender para meados de março.
Enquanto isso, o imunizante está sendo distribuído desde anteontem no país graças às 2 milhões de doses que chegaram da Índia, após atraso no cronograma inicial. A previsão do governo federal era de que um avião tivesse partido do Recife para buscar as primeiras doses no último dia 15.
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