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Pelo 14º dia seguido, Brasil tem média de mortes por covid-19 acima de mil

Brasil superou a marca de 227 mil mortes causadas pela covid-19 desde o início da pandemia - Edmar Barros/Futura Press/Estadão Conteúdo
Brasil superou a marca de 227 mil mortes causadas pela covid-19 desde o início da pandemia Imagem: Edmar Barros/Futura Press/Estadão Conteúdo

Do UOL, em São Paulo

03/02/2021 19h32Atualizada em 03/02/2021 20h30

Nesta quarta-feira (3), o Brasil completou 14 dias consecutivos com média de mortes por covid-19 acima de mil. A média de vítimas dos últimos sete dias ficou em 1.051. Nas últimas 24 horas, foram registrados 1.209 novos óbitos provocados pela doença. Isso não indica quando as mortes ocorreram de fato, mas sim a data na qual passaram a constar dos balanços oficiais.

O levantamento foi feito pelo consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, baseado nas informações transmitidas pelas secretarias estaduais de saúde.

Este foi o segundo dia consecutivo no qual o Brasil registrou mais de mil novas mortes por covid-19 em um intervalo de 24 horas. O país chegou a um total de 227.592 óbitos causados pela doença desde o início da pandemia.

De ontem para hoje, houve 53.665 diagnósticos positivos para o novo coronavírus, elevando o total de infectados para 9.339.921 em todo o país.

A variação da média móvel na comparação com 14 dias atrás foi de 4%, o que representa estabilidade, ainda que em números muito altos.

Das regiões, Nordeste (-22%) e Sudeste (-30%) apresentaram queda. Norte (-12%), Centro-Oeste (5%) e Sul (-6%) registraram estabilidade.

Dos estados, 13 tiveram estabilidade. Dez e mais o Distrito Federal apresentaram aceleração e três tiveram queda.

Este já é o segundo período mais longo, em toda a pandemia, no qual o Brasil teve média móvel acima de mil mortes por covid-19 nos sete dias anteriores. A maior sequência ocorreu entre 3 de julho e 2 de agosto (31 dias). Neste intervalo, houve o recorde de 1.097 óbitos em média, verificado em 25 de julho.

Em 29 e 30 de janeiro, o Brasil teve as maiores médias de mortes por covid-19 dos últimos seis meses: 1.068 e 1.071, respectivamente.

Vacinação supera 2,7 milhões

O Brasil superou hoje a marca dos 2,7 milhões de vacinados contra a doença. No total, 2.767.131 pessoas já foram imunizadas, segundo dados fornecidos pelas secretarias de saúde de 26 estados e do Distrito Federal.

Especialistas indicam cálculo de média móvel

Para medir a situação das mortes por causa da covid-19, especialistas indicam usar a média móvel dos óbitos, que calcula a média de registros observada nos últimos sete dias. A operação é a mais adequada para observar a tendência das estatísticas, por equilibrar as variações abruptas dos números ao longo da semana.

O consórcio de veículos de imprensa adotou esse período para verificar as oscilações na média móvel. É possível falar em queda nos números quando a diminuição é maior do que 15% se verificado nos últimos 14 dias —no caso, o período das duas últimas semanas. Caso os números aumentem mais do que 15%, há aceleração da epidemia. Valores intermediários indicam estabilidade.

Veja a situação por estado e no Distrito Federal:

Região Sudeste

  • Espírito Santo: estável (-7%)

  • Minas Gerais: estável (-11%)

  • Rio de Janeiro: estável (-5%)

  • São Paulo: estável (-7%)

Região Norte

  • Acre: aceleração (75%)

  • Amazonas: aceleração (21%)

  • Amapá: estável (0%)

  • Pará: aceleração (41%)

  • Rondônia: aceleração (34%)

  • Roraima: aceleração (150%)

  • Tocantins: queda (-13%)

Região Nordeste

  • Alagoas: estável (0%)

  • Bahia: aceleração (23%)

  • Ceará: aceleração (48%)

  • Maranhão: aceleração (63%)

  • Paraíba: estável (2%)

  • Pernambuco: queda (-21%)

  • Piauí: estável (4%)

  • Rio Grande do Norte: estável (-14%)

  • Sergipe: queda (-39%)

Região Centro-Oeste

  • Distrito Federal: aceleração (45%)

  • Goiás: aceleração (52%)

  • Mato Grosso: estável (8%)

  • Mato Grosso do Sul: estável (-3%)

Região Sul

  • Paraná: aceleração (98%)

  • Rio Grande do Sul: queda (-22%)

  • Santa Catarina: estável (-10%)

Dados da Saúde

Pelo segundo dia seguido, o Brasil registrou mais de mil novas mortes provocadas pela covid-19. Em boletim divulgado nesta quarta-feira (3), o Ministério da Saúde informou que, nas últimas 24 horas, foram cadastrados 1.254 novos óbitos. Desde o início da pandemia, 227.563 pessoas morreram devido à doença.

De ontem para hoje, foram confirmados 56.002 novos casos de covid-19 em todo o país, elevando o total de infectados para 9.339.420 desde o começo da pandemia.

De acordo com o governo federal, 8.236.864 pessoas se recuperaram da doença, com outras 874.993 em acompanhamento.

SP suspende fase vermelha aos fins de semana

O governo de São Paulo suspendeu as restrições de fase vermelha para todo o estado aos fins de semana —que tinham sido anunciadas em 22 de janeiro e valeram, na prática, apenas nos dias 30 e 31 de janeiro. A partir de sábado (6), as regiões voltarão a operar segundo a sua classificação no Plano São Paulo.

O anúncio foi feito na tarde de hoje. Com a mudança, os serviços não essenciais voltarão a funcionar com horário reduzido aos sábado e domingos nas 11 regiões do estado que estão na fase laranja, incluindo a Grande São Paulo. Nas seis regiões que, até então, seguem na fase vermelha, as restrições estão mantidas.

Na fase laranja, academias, salões de beleza, restaurantes, cinemas, teatros, shoppings, concessionárias, escritórios podem funcionar por até oito horas diárias, com atendimento presencial limitado a 40% da capacidade, tendo início às 6h e encerramento às 20h. Os parques também estão liberados. Só o consumo local em bares segue vetado.

Desde 25 de janeiro, essas regiões estavam numa espécie de regime híbrido, com a fase laranja de segunda à sexta-feira, das 6h às 20h, e fase vermelha das 20h às 6h nos dias úteis, aos fins de semana e feriados. Inicialmente, essas medidas valeriam até o próximo domingo (7).

Veículos se unem pela informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.