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AM: Pazuello depõe à PF, mortes continuam em alta e Aras abre investigação

Jair Bolsonaro (sem partido) e o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello - Reprodução/Redes sociais
Jair Bolsonaro (sem partido) e o ministro da Saúde, general Eduardo Pazuello Imagem: Reprodução/Redes sociais

Do UOL, em São Paulo*

04/02/2021 22h50

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, depôs à Polícia Federal sobre a crise no Amazonas, estado que vive colapso na rede de saúde por causa da pandemia de covid-19 e que registrou hoje mais 152 mortes pela doença, 11,7% dos 1.291 óbitos computados hoje no país.

No depoimento de quatro horas, Pazuello "detalhou todas as ações realizadas e as que estão em andamento no Amazonas para atender a população e combater a covid-19", segundo informou o ministério.

A pandemia continua acelerada no Amazonas. A média móvel de óbitos —comparação dos dados dos últimos 14 dias da doença— teve aumento de 23% no estado.

O procurador-geral da República, Augusto Aras, abriu "investigação preliminar" em resposta à representação protocolada por deputados do PCdoB no STF (Supremo Tribunal Federal) para que seja apurado se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e Pazuello cometeram os crimes durante a crise no Amazonas.

Segundo o PGR, "caso, eventualmente, surjam indícios razoáveis de possíveis práticas delitivas por parte dos noticiados, será requerida a instauração de inquérito nesse Supremo Tribunal Federal".

Enquanto Pazuello falava à PF, o Ministério da Saúde divulgava que entregará usinas de oxigênio a sete municípios do Amazonas nos próximos dias. Os equipamentos foram doados pelo Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo, e pela Fundação Itaú.

Apesar de o presidente Bolsonaro ter dito no dia 30 que "não é competência do governo federal levar oxigênio para o Amazonas", a distribuição do gás que será feita pela pasta indica o contrário.

Aras pediu o inquérito no qual Pazuello depôs à PF para apurar omissão do ministro na falta de oxigênio no Amazonas e má gestão da pandemia de covid-19. Aras citou "possível intempestividade [ação realizada fora do tempo correto] nas ações do representado [o ministro], o qual tinha dever legal e possibilidade de agir para mitigar os resultados".

Senadores liderados por Randolfe Rodrigues (Rede0AP) protocolaram o pedido de abertura da CPI da covid-19 no Senado. O documento tem a assinatura de 29 senadores, duas acima do mínimo exigido. Os três senadores da bancada do Amazonas assinam o pedido.

Hoje, o Ministério da Saúde também anunciou que 37% dos indígenas maiores de 18 anos e que vivem em aldeias pelo país foram vacinados. A vacinação de indígenas é prioritária justamente por serem os índios e populações tradicionais mais isoladas e mais suscetíveis a contaminações que vêm de fora.

* Com agências de notícias