Governo do AM flexibiliza lockdown, mas mantém restrições ao comércio
O governador do Amazonas, Wilson Lima (PSC), anunciou hoje que vai flexibilizar o lockdown total que vigora no estado desde o dia 25 de janeiro. A circulação de pessoas, que estava restringida 24 horas por dia, agora ficará restrita das 19h às 6h. O comércio, porém, segue com restrições e apenas atividades essenciais podem funcionar em horário ampliado.
No anúncio da flexibilização, que começa a valer a partir de segunda-feira (8), Lima reforçou que a circulação de pessoas segue recomendada apenas para casos de necessidade, como idas a farmácias e hospitais. O governador reforçou que o estado continua em situação crítica por causa do agravamento da pandemia de covid-19.
"Continuamos na fase roxa que é a mais crítica da pandemia. Nossa situação ainda é muito difícil, mas percebemos a necessidade de fazer alguns ajustes", afirmou o governador, que decretou o primeiro lockdown do ano em 4 de janeiro, endurecendo depois ainda mais as medidas restritivas no final do mês.
O novo decreto valerá por uma semana, até o dia 14. O comércio em geral segue podendo funcionar apenas por meio eletrônico e delivery, com horário permitido entre 8h e 17h. Bares e restaurantes também só têm funcionamento autorizado por entrega, entre 6h e 22h, e para drive-thru entre 6h e 18h.
Lojas de conveniência não podem ter consumo no local e o horário máximo de abertura é até as 18h.
Já obras emergenciais e nas áreas de saúde, indústria e infraestrutura são permitidas, assim como o funcionamento das indústrias, que podem produzir 24 horas por dia desde que façam ajustes nos turnos para não permitir deslocamentos entre 19h e 6h.
O governo amazonense ainda listou alguns serviços de assistência técnica que podem funcionar com atendimento em domicílio, das 8h às 17h. Estão nessa lista as assistências de fogões, geladeiras e aparelhos de ar-condicionado.
O mesmo horário é permitido para serviços de controle de pragas.
Como o novo decreto já abrange os dois primeiros dias que seriam do feriado de Carnaval, suspenso pelo estado, Lima reforçou que estão proibidas festas e aglomerações por conta da data.
Colapso na saúde continua
Apesar da flexibilização do lockdown, a situação do sistema de saúde do Amazonas continua evidenciando um colapso, em que a média diária de pacientes à espera de um leito nas últimas duas semanas é de 557 pessoas. Entre pacientes que aguardam por uma vaga de UTI em estado grave, esse número é de 112 pessoas.
O déficit de leitos vem desde meados de janeiro, quando Manaus antecipou o colapso iminente do sistema, com ocupação máxima em várias unidades de saúde e desabastecimento de oxigênio hospitalar, fundamental para garantir a sobrevivência de pacientes com covid-19 em estado mais grave.
Atualmente, o contexto epidemiológico aponta para uma estabilidade, mas num patamar que mostra a incapacidade do sistema de saúde de anteder à demanda da população. Nesta semana, o número de pacientes transferidos para outros estados chegou a 424 até anteontem, o que ainda não tem sido suficiente para garantir leitos de UTI aos amazonenses.
Com o interior do estado não possuindo sequer um leito de UTI, as mortes seguem em alta. Só nos primeiros 30 dias de janeiro, os óbitos causados pela covid-19 já superaram o total dos últimos sete meses de 2020.
Segundo registros de óbitos oficiais feitos pelos cartórios, no primeiro mês de 2021 foram 1.592 mortes, enquanto entre junho e dezembro de 2020 o estado registrou 1.586 vítimas da covid-19.
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