Dá para tomar uma dose de cada vacina? Saiba mais sobre CoronaVac e Oxford
O Brasil tem, hoje, duas vacinas em produção e circulação: a CoronaVac, produzida pela chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan, que fica em São Paulo; e a AstraZeneca/Oxford, desenvolvida pelas farmacêutica e universidade britânicas e fabricada por aqui pela Fiocruz, no Rio de Janeiro.
As duas já foram aprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e estão sendo aplicadas pelo país. Segundo as autoridades em Saúde, não é possível escolher qual tomar. Mas muita gente se pergunta se é possível tomar uma dose de cada, entre outras dúvidas.
Veja a seguir o que sabemos sobre as vacinas já aprovadas no Brasil:
Produção
As duas vacinas distribuídas por aqui passaram por processos semelhantes antes da distribuição. Primeiro, os laboratórios responsáveis receberam as doses importadas e, agora, já começaram produção interna com matéria-prima de fora. O próximo passo é produzir tudo aqui, mas há algumas diferenças técnicas:
CoronaVac: insumos vindos da China passam por revisão de documentação, testes de qualidade, envase e rotulagem. Todo o processo dura 20 dias e cada litro rende cerca de 1.600 doses. O Butantan prevê a produção de material próprio a partir de dezembro deste ano, com a conclusão de uma nova fábrica em São Paulo.
AstraZeneca/Oxford: insumos também vindos da China passam por revisão de documentação, processo de descongelamento e diluição em estabilizadores, envase, testes de qualidade e inspeção e rotulagem. O processo dura por volta de quatro semanas e cada litro rende cerca de 31.000 doses. A Fiocruz pretende completar toda a cadeia no Rio de Janeiro a partir de agosto.
Eficácia
- CoronaVac: 50,38% de eficácia geral
- AstraZeneca/Oxford: 82,4% após a segunda dose, segundo a Fiocruz.
"Enfatizo que todas são seguras e eficazes no que importa: evitar formas graves e mortes. Se, em teoria, tivéssemos insumos para fabricar a quantidade necessária e na velocidade necessária da AstraZeneca ou Coronavac, iríamos bem, sem problemas."
Evaldo Stanislau, infectologista do Hospital das Clínicas de São Paulo
Tipo
A CoronaVac é produzida com o vírus inativo. Ela usa todo o vírus para gerar os anticorpos necessários. Isso pode indicar uma eficácia geral menor, mas tem apresentado respostas melhores na prevenção contra as diferentes variantes.
Já a AstraZeneca/Oxford usa a tecnologia conhecida como vetor viral não replicante. Ela utiliza um "vírus vivo", como um adenovírus, que não tem capacidade de se replicar no organismo humano ou prejudicar a saúde.
Intervalo entre doses
As duas vacinas requerem duas doses para chegar à eficácia indicada, mas têm intervalos diferentes. A data prevista para a segunda fase deve ser indicada no cartão de vacinação.
- CoronaVac: de 20 a 28 dias
- AstraZeneca/Oxford: três meses
Quantidade entregue
Até agora, foram distribuídas quase 12 milhões de doses no Brasil: 9,8 milhões de CoronaVac, com produção no Butantan e doses importadas da China, e 2 milhões de AstraZeneca/Oxford, importadas da Índia.
Com a retomada da produção e duas remessas da China, o Butantan já tem 11 mil litros de insumos disponíveis para produzir pouco mais de 17 milhões de doses, que devem começar a ser entregues a partir da semana que vem.
Já a Fiocruz recebeu 90 litros de insumos na semana passada, o bastante para produzir cerca de 2,8 milhões de doses, que começarão a ser distribuídas na segunda quinzena de março.
Pode misturar?
Alguns países, como o Reino Unido, estudam a possibilidade de tomar a primeira dose de uma vacina e a segunda, de outra, em caso de não disponibilidade. O Brasil não segue esta recomendação.
Ao UOL, o Ministério da Saúde informou que, conforme indica o PNI, "indivíduos que iniciaram a vacinação deverão completar o esquema com a mesma vacina".
Quando serei vacinado?
Menos de 3% dos brasileiros foram imunizados até agora. A maior parte dos estados ainda está vacinando idosos com mais de 80 anos, depois de ter atendido profissionais de saúde, idosos acamados ou internados em asilos e com mais de 90 anos.
O Ministério da Saúde promete que toda a população será vacinada neste ano. Mas o plano apresentado a governadores na quarta-feira (17) prevê a entrega até de vacinas que ainda não foram contratadas ou aprovadas para uso no Brasil, como Sputnik e Covaxin. Ainda não há uma data para chegada destes imunizantes.
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