Médica da Fiocruz: assistência adequada evitaria pelo menos 1/4 das mortes
A pesquisadora Margareth Dalcolmo, da Fiocruz, acredita que pelo menos 1/4 das mortes por covid-19 no Brasil poderiam ter sido evitadas com assistência adequada, sem o que classificou de "bobagem do tratamento precoce".
Em entrevista ao jornal o Globo, a médica pneumologista ainda lamentou a marca de 250 mil óbitos atingida ontem no país, dizendo que enxerga uma "anestesia cívica" diante de uma situação "muito dramática".
"Incomoda todos os dias ficarmos vendo essa 'anestesia cívica'. Ficamos lá contando mortes. 'Hoje teve 1.035, ontem 1.052?' Não pode continuar assim, como diletantismo. Estamos diante de algo muito dramático, que atingiu muitas famílias", disse.
"Quantas dessas mortes poderiam ter sido evitadas? Digo de maneira quase arbitrária: pelo menos um quarto das mortes, se as pessoas tivessem recebido assistência adequada, sem bobagem de 'tratamento precoce'".
Margareth Dalcolmo, médica e pesquisadora da Fiocruz
Na avaliação de Margareth Dalcolmo, o combate à pandemia no Brasil poderia ser diferente "se o país conseguisse falar a mesma língua". Sem citar diretamente o governo federal, que incentivou o uso de medicamentos sem eficácia comprovada para a doença como a cloroquina, ela criticou a insistência em um suposto 'tratamento precoce" e cobrou vacinação.
"A quem interessa gastar dinheiro para disseminar "tratamento precoce" e promover politização de algo sem sentido? A quem interessa disseminar discórdia quando temos que ter a sociedade reivindicando o seu direito a ser vacinada? Precisamos vacinar, no mínimo, 70% da população nos próximos meses e fechar o semestre assim", disse.
Em janeiro, um vídeo de Margareth Dalcolmo cobrando o governo federal em relação ao atraso no envio de vacinas e insumos viralizou. Em tom emocionado, ela criticou "a absoluta incompetência diplomática do Brasil".
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