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Com média de 1.208 mortes por covid-19, Brasil bate recorde pelo 2º dia

Do UOL, em São Paulo

28/02/2021 19h13

Pelo segundo dia consecutivo, o Brasil bateu um novo recorde e registrou hoje a pior média de mortes por covid-19 em toda a pandemia. Foram, em média, 1.208 óbitos nos últimos sete dias, de acordo com o consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte.

É a terceira vez apenas nesta semana em que a média é superada. No sábado (27), o índice foi de 1.180 e, na quinta (25), tinha sido de 1.150. Os recordes sucessivos —- mesmo para um fim de semana, quando o número de novas notificações costuma ser menor —- confirmam que o país atravessa o momento mais grave da pandemia. Já são 39 dias seguidos com média móvel acima de mil mortos.

Segundo os dados dos veículos de imprensa, 755 pessoas morreram em decorrência da covid-19 desde ontem, elevando o total de vítimas para 255.018. Nas últimas 24 horas, foram notificados 40.495 testes positivos para a doença, um total de 10.549.129 desde o começo da pandemia. Apenas Roraima não atualizou os números neste domingo (28).

Dados do Ministério da Saúde

O Brasil registrou 721 novas mortes provocadas pela covid-19 em um intervalo de 24 horas, segundo o Ministério da Saúde. Em boletim divulgado neste domingo (28), a pasta informou que o país soma 254.942 óbitos desde o início da pandemia.

De ontem para hoje, houve 34.027 diagnósticos positivos para o novo coronavírus em todo o país. Desde o começo da pandemia, o total de infectados chegou a 10.551.259.

Segundo a pasta, 9.411.033 pessoas se recuperaram da doença, enquanto outras 885.284 estão em acompanhamento.

Veja a situação por estado e no Distrito Federal:

Região Sudeste

  • Espírito Santo: estável (-11%)

  • Minas Gerais: estável (-8%)

  • Rio de Janeiro: estável (12%)

  • São Paulo: estável (3%)

Região Norte

  • Acre: estabilidade (-8%)

  • Amazonas: queda (-55%)

  • Amapá: queda (-17%)

  • Pará: aceleração (53%)

  • Rondônia: estável (-2%)

  • Roraima: queda (-36%)

  • Tocantins: aceleração (41%)

Região Nordeste

  • Alagoas: estável (14%)

  • Bahia: aceleração (63%)

  • Ceará: aceleração (46%)

  • Maranhão: aceleração (75%)

  • Paraíba: aceleração (44%)

  • Pernambuco: queda (-13%)

  • Piauí: aceleração (66%)

  • Rio Grande do Norte: aceleração (41%)

  • Sergipe: estável (11%)

Região Centro-Oeste

  • Distrito Federal: aceleração (23%)

  • Goiás: estável (-20%)

  • Mato Grosso: acelerado (20%)

  • Mato Grosso do Sul: estável (-3%)

Região Sul

  • Paraná: aceleração (59%)

  • Rio Grande do Sul: aceleração (73%)

  • Santa Catarina: aceleração (110%)

STF manda ministério pagar por leitos de UTI

A ministra Rosa Weber, do STF (Supremo Tribunal Federal), acolheu pedido feito pelas Procuradorias do Estado do Maranhão e Bahia e determinou que o Ministério da Saúde volte a financiar leitos de UTI (unidade de terapia intensiva) dos dois estados destinados a pacientes com covid-19. A liminar foi concedida ontem, e a intimação das partes ocorreu hoje. Ainda no sábado (27), a ministra estendeu a decisão também para a Bahia.

Agora, com a liminar, os estados devem "juntar aos autos protocolos trocados com Ministério da Saúde sobre a renovação ou novas propostas de habilitação de leitos de UTI da covid-19."

Em meio ao colapso da rede hospitalar em diversas regiões do país e aos recordes de mortos na pandemia, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) criticou mais uma vez o fechamento de comércios, estabelecido por diversos governadores do Brasil. Ele minimizou a importância de os hospitais estarem lotados, alegando que "a saúde no Brasil sempre teve seus problemas".

Bolsonaro publicou a imagem de uma matéria de 2015, sobre problemas nos leitos de saúde, e replicou uma mensagem que já tinha sido feita antes no Twitter, com exatamente as mesmas palavras, por um usuário. O Secretário da Cultura, Mário Frias, também publicou a mesma mensagem, um pouco antes do presidente, assim como outros apoiadores.

Veículos se unem pela informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.