1.726 mortes por covid em 24 h: Brasil atinge novo recorde na pandemia
Uma semana após atingir 250 mil mortes, o Brasil registrou hoje mais duas tristes marcas: o maior número de óbitos de toda a pandemia e a maior média móvel de mortes. Foram 1.726 mortes nas últimas 24 horas, superando assim o recorde anterior de 1.582 óbitos em uma dia, na última quinta-feira (25). O levantamento é do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, com base nos dados fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde.
Pelo quarto dia consecutivo, o país apresentou a maior média móvel de mortes desde o início da pandemia no Brasil: 1.274. Desde ontem, o país voltou a ter tendência de aceleração na comparação com 14 dias atrás. Hoje a alta foi de 23%.
Em alta, Brasil registra mais de uma morte de covid por minuto em 24 horas.
Três estados tiveram o seu dia mais letal em toda a pandemia: Rondônia, Rio Grande do Sul e São Paulo. Além disso, três estados superaram seus recordes na média de óbitos: novamente Rio Grande do Sul, Bahia e Santa Catarina.
O alto número de registros de mortos nesta terça foi puxado pelo total de óbitos computados pelo estado de São Paulo: 468 entre ontem e hoje. Os números não indicam quando as mortes ocorreram de fato, mas, sim, quando passaram a contar dos balanços oficiais. O total de pessoas que morreram em decorrência da doença no país chegou a 257.562.
Em 29 de julho, São Paulo havia registrado 713 óbitos em 24 horas, no entanto, no dia anterior o estado não havia informado seus números, causando um represamento dos dados para o dia 29.
Três estados registraram o recorde de mortes por covid-19 em um intervalo de 24 horas:
- São Paulo - 468
- Rio Grande do Sul - 185
- Rondônia - 46
Este também é o 41º dia seguido no qual o país tem média superior a mil mortes por covid-19 — o maior período em toda a pandemia. Os recordes sucessivos mostram que o Brasil passa por seu pior momento desde março de 2020.
As sete maiores médias móveis de mortes por covid-19 ocorreram nos últimos sete dias:
- 2 de março - 1.274
- 1º de março - 1.223
- 28 de fevereiro - 1.208
- 27 de fevereiro - 1.180
- 25 de fevereiro - 1.150
- 26 de fevereiro - 1.148
- 24 de fevereiro - 1.129
Quinze estados e o Distrito Federal também apresentam tendência de alta no índice, enquanto apenas três têm queda. Outros oito mantêm índices estáveis.
Das 5 regiões, 3 registram tendência de alta: Nordeste (48%), Norte (119%) e Sul (117%). Centro-Oeste (8%) e Sudeste (9%) estão estáveis.
Houve 58.237 testes positivos para o novo coronavírus de ontem para hoje no país. Desde o início da pandemia, o total de infectados subiu para 10.647.845.
Veja a situação por estado e no Distrito Federal:
Região Sudeste
- Espírito Santo: estável (-4%)
- Minas Gerais: estável (-1%)
- Rio de Janeiro: estável (3%)
- São Paulo: acelerado (18%)
Região Norte
- Acre: aceleração (24%)
- Amazonas: queda (-40%)
- Amapá: queda (-37%)
- Pará: aceleração (53%)
- Rondônia: estável (12%)
- Roraima: queda (-51%)
- Tocantins: aceleração (104%)
Região Nordeste
- Alagoas: acelerado (18%)
- Bahia: aceleração (64%)
- Ceará: aceleração (39%)
- Maranhão: aceleração (82%)
- Paraíba: aceleração (45%)
- Pernambuco: estável (-14%)
- Piauí: aceleração (71%)
- Rio Grande do Norte: aceleração (127%)
- Sergipe: estável (25%)
Região Centro-Oeste
- Distrito Federal: aceleração (62%)
- Goiás: estável (-5%)
- Mato Grosso: estável (5%)
- Mato Grosso do Sul: estável (14%)
Região Sul
- Paraná: aceleração (74%)
- Rio Grande do Sul: aceleração (133%)
- Santa Catarina: aceleração (170%)
Dados da Saúde
Veículos se unem pela informação
Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.
O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.
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