Se nada for feito, SP verá o mesmo de outros locais, diz líder de prefeitos
Se nenhuma medida mais séria for tomada, o estado de São Paulo poderá ter o mesmo futuro de estados em que a saúde entrou em colapso. Essa foi uma das mensagens passadas pelos prefeitos paulistas em reunião com o governador João Doria (PSDB).
Na carta entregue para Doria, eles pedem que o governo "promova ações rápidas e concretas para frear o avanço da contaminação em massa da nova variante de covid-19". Segundo o UOL apurou, o governo estuda colocar todo o estado na fase vermelha por duas semanas. Essa reclassificação pode ser feita amanhã.
Segundo Frederico Guidoni, ex-prefeito de Campos do Jordão e presidente da APM (Associação Paulista de Municípios), que participou da reunião, os prefeitos aprovam medidas mais restritivas e o governo disse que irá tomar atitudes, sem especificar quais.
É uma questão de conscientização. A gente precisa repercutir na cabeça da população esse sentimento de que aquilo que está acontecendo em outros estados vai acontecer aqui. Se não tomarmos qualquer medida neste momento, vai acontecer em São Paulo o que aconteceu no Amazonas. Estão acumulando corpos porque não tem onde colocar nos hospitais. Não tem prefeito que queira passar por isso.
Frederico Guidoni, presidente da APM
Até hoje, o estado tinha 74% dos leitos de UTI (Unidades de Terapia Intensiva) ocupados. Duas regiões, no entanto, já ultrapassam 90%: Araraquara (92,2%) e Presidente Prudente (90,4%).
A avaliação após o encontro é que estão todos "na mesma página" e as decisões estaduais deverão ser endossadas nos municípios. Participaram da reunião virtual 618 dos 645 prefeitos paulistas, além de Doria, os secretários Jean Gorintcheyn (Saúde), Marco Vinholi (Desenvolvimento Regional) e Patricia Ellen (Desenvolvimento Econômico) e os coordenadores do Centro de Contingência, Paulo Menezes e João Gabbardo.
Segundo o UOL apurou, o governador deverá anunciar amanhã a transição de todo o estado de São Paulo para a fase vermelha, a mais restritiva do Plano São Paulo, onde todos os serviços não essenciais ficam fechados. A medida deverá durar duas semanas e dependerá da aprovação do Centro de Contingência.
Guidoni disse que o governo não adiantou o que deverá fazer, mas afirmou que deverá tomar alguma atitude. "A maioria dos prefeitos estão conscientes de que é preciso uma medida eficiente e eficaz neste momento", afirmou o presidente da AMP.
O Palácio dos Bandeirantes tem enrijecido o tom em relação ao combate da pandemia. Embora ainda não considerem expressamente um lockdown, o próprio Doria já não diz mais desconsiderá-lo, como em entrevista dada nesta terça em um evento de vacinação no Morumbi.
Atualmente, o estado tem 7.415 pacientes internados em UTIs e registrou 468 mortes pela doença nas últimas 24 horas, dois recordes históricos da pandemia no estado.
Se já estamos com as UTIs praticamente quase lotadas, se projetar dez dias para a frente, vamos ter uma convulsão no sistema. É isso que ninguém quer.
Frederico Guidoni, presidente da APM
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