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Com 1.760 mortes em 24 h, Brasil tem 7 dias de recordes na média de óbitos

Colaboração para o UOL, em São Paulo

05/03/2021 18h44Atualizada em 05/03/2021 22h05

Pelo sétimo dia seguido, o Brasil registrou a mais alta média móvel de mortes por covid-19 em toda a pandemia. Nesta sexta-feira (5), o país apresentou uma média de 1.423 óbitos pela doença nos últimos sete dias. O levantamento é do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, baseado nos dados fornecidos pelas secretarias estaduais de saúde.

Com essa média de óbitos, o Brasil completa cinco dias seguidos com tendência de aceleração. Hoje o país registrou um aumento de 35% na comparação com a média móvel de 14 dias atrás.

De ontem para hoje, foram registradas 1.760 novas mortes por covid-19 no país. É a terceira maior marca verificada em toda a pandemia. Ao todo, 17 estados e o Distrito Federal apresentam tendência de alta, enquanto apenas um tem queda. Outros oito mantêm índices estáveis.

Das regiões, Norte (-4%) e Sudeste (12%) se mantiveram estáveis. As demais apresentam tendência de aceleração: Centro-Oeste (28%), Nordeste (73%) e Sul (119%).

Este é o 44º dia consecutivo no qual o Brasil apresenta média de mortes por covid-19 acima de mil — o período mais longo em toda a pandemia. Os recordes sucessivos comprovam que o país vive seu pior momento desde março de 2020. Com sistemas de saúde à beira de um colapso, vários estados anunciaram medidas restritivas mais rigorosas para tentar conter o avanço da doença.

As dez maiores médias móveis de mortes por covid-19 no Brasil foram verificadas nos últimos dez dias:

  • 5 de março - 1.423
  • 4 de março - 1.361
  • 3 de março - 1.332
  • 2 de março - 1.274
  • 1º de março - 1.223
  • 28 de fevereiro - 1.208
  • 27 de fevereiro - 1.180
  • 25 de fevereiro - 1.150
  • 26 de fevereiro - 1.148
  • 24 de fevereiro - 1.129

A covid-19 provocou a morte de 262.948 pessoas no Brasil desde o começo da pandemia. Dos cinco dias com maior número de óbitos, todos ocorreram nos últimos sete dias (os números não indicam quando os óbitos ocorreram de fato, mas, sim, quando passaram a contar dos balanços oficiais):

  • 3 de março - 1.840
  • 4 de março - 1.786
  • 5 de março - 1.760
  • 2 de março - 1.726
  • 25 de fevereiro - 1.582

Sete estados computaram mais de cem mortes por covid-19 nas últimas 24 horas. O total de vítimas apenas nesses estados chega a 1.166:

  • São Paulo - 370
  • Minas Gerais - 172
  • Rio Grande do Sul - 167
  • Rio de Janeiro - 141
  • Paraná - 107
  • Santa Catarina - 107
  • Bahia - 102

Nas últimas 24 horas, houve 75.337 diagnósticos positivos para o novo coronavírus em todo o país - a terceira maior marca desde março de 2020. O recorde foi registrado em 8 de janeiro, com 84.977. Desde o início da pandemia, o total de infectados chegou a 10.871.843.

Dados da Saúde

Nesta sexta-feira (5), o Ministério da Saúde informou que o Brasil registrou 1.800 novas mortes provocadas pela covid-19 nas últimas 24 horas. Desde o início da pandemia, houve um total de 262.770 óbitos causados pela doença em todo o país.

Pelos números do governo federal, este é o segundo dia mais letal em toda a pandemia. O recorde foi registrado na última quarta-feira (3), com 1.910 vítimas.

De ontem para hoje, foram computados 75.495 testes positivos para a covid-19 em todo o país, elevando o total de infectados para 10.869.227 desde o começo da pandemia.

Segundo a pasta, pessoas 9.671.410 se recuperaram da doença, enquanto outras 935.047 permanecem em acompanhamento.

Veja a situação por estado e no Distrito Federal:

Região Sudeste

  • Espírito Santo: estável (8%)

  • Minas Gerais: estável (11%)

  • Rio de Janeiro: estável (-11%)

  • São Paulo: acelerado (25%)

Região Norte

  • Acre: aceleração (53%)

  • Amazonas: queda (-25%)

  • Amapá: estável (5%)

  • Pará: estável (7%)

  • Rondônia: estável (11%)

  • Roraima: estável (10%)

  • Tocantins: aceleração (124%)

Região Nordeste

  • Alagoas: acelerado (21%)

  • Bahia: aceleração (60%)

  • Ceará: aceleração (240%)

  • Maranhão: aceleração (128%)

  • Paraíba: aceleração (60%)

  • Pernambuco: estável (-11%)

  • Piauí: aceleração (102%)

  • Rio Grande do Norte: aceleração (84%)

  • Sergipe: aceleração (51%)

Região Centro-Oeste

  • Distrito Federal: aceleração (70%)

  • Goiás: aceleração (20%)

  • Mato Grosso: estável (18%)

  • Mato Grosso do Sul: acelerado (48%)

Região Sul

  • Paraná: aceleração (67%)

  • Rio Grande do Sul: aceleração (142%)

  • Santa Catarina: aceleração (169%)

Veículos se unem pela informação

Em resposta à decisão do governo Jair Bolsonaro de restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, os veículos de comunicação UOL, O Estado de S. Paulo, Folha de S.Paulo, O Globo, G1 e Extra formaram um consórcio para trabalhar de forma colaborativa para buscar as informações necessárias diretamente nas secretarias estaduais de Saúde das 27 unidades da Federação.

O governo federal, por meio do Ministério da Saúde, deveria ser a fonte natural desses números, mas atitudes de autoridades e do próprio presidente durante a pandemia colocam em dúvida a disponibilidade dos dados e sua precisão.