Topo

Esse conteúdo é antigo

Cidade de São Paulo tem fila de 250 pessoas com covid-19 à espera de leitos

São Paulo tem hoje 2.269 pacientes se recuperando da doença em leitos de UTI e de enfermaria - Reinaldo Canato/UOL
São Paulo tem hoje 2.269 pacientes se recuperando da doença em leitos de UTI e de enfermaria Imagem: Reinaldo Canato/UOL

Rafael Bragança

Do UOL, em São Paulo

10/03/2021 20h41

A Prefeitura de São Paulo atualizou hoje a fila de espera de pacientes com covid-19 que aguardam por leitos de UTI e de enfermaria. Segundo a gestão do prefeito Bruno Covas (PSBD), às 19 horas cerca de 250 pacientes que se recuperam da doença estavam na fila da Cross (Central de Regulação de Oferta de Serviços de Saúde), administrada pelo governo estadual, do governador João Doria (PSDB).

A longa fila de espera pode custar a falta de atendimento adequado ou até mesmo a morte, como foi o caso de 11 pacientes que esperavam por um leito em Taboão da Serra, na Grande São Paulo. O ritmo acelerado de novas internações, provocado pelo pior momento da pandemia, tem ocasionado a falta de leitos à disposição, mesmo com a gestão de Doria já tendo prometido a abertura de 1.118 novas vagas desde a semana passada.

Na capital, as unidades de saúde têm 84% das UTIs dedicadas para a covid-19 ocupadas, enquanto a taxa é de 78% entre os leitos de enfermaria. Na cidade há 2.269 pacientes internados se recuperando da doença, sendo 1.151 em unidades de terapia intensiva e 1.118 em enfermarias.

Entre os hospitais geridos pela Prefeitura que têm a situação mais crítica, o pior deles é o José Soares Hungria, em Pirituba, que já atingiu 100% da ocupação dos leitos de UTI.

A lista das unidades de saúde municipais mais próximas de atingirem o colapso tem o Hospital de Guarapiranga (94%), o Hospital Dr. Ignácio Proença de Gouvêa (93%), na Mooca, o Hospital Carmen Prudente (92%), em Cidade Tiradentes, o Hospital da Brasilândia (91%) e o Hospital da Bela Vista (90%).

Segundo informações da TV Globo, o sistema Cross tem recebido quase 2 mil pedidos de transferência por dia. Destes, 35% são para leitos de UTI. Hoje, o secretário estadual da Saúde, Jean Gorinchteyn, admitiu que a gestão paulista não dará conta de abrir leitos na velocidade necessária para suprir a demanda de novos internados.

"Solução é rezar"

Em entrevista à Globo, Anderson Dimas Lopes, gestor do Hospital do Campo Limpo, admitiu que não há solução para a falta de leitos. Na UPA que integra o complexo hospitalar, há 30 pacientes aguardando na fila de espera.

"A solução é rezar, não tem outra solução", disse Lopes.

Imagens feitas hoje por membros do Conselho Municipal de Saúde mostram pacientes com covid-19 nos corredores do complexo localizado na Zona Sul da capital.

Hospitais estaduais em colapso

Assim como os hospitais municipais, as unidades estaduais de saúde da capital também apresentam falta de leitos. Em dez hospitais da cidade geridos pelo estado, a ocupação em UTIs para a covid-19 já chegou a 100%. Somando toda a Região Metropolitana de São Paulo, esse número sobe para 13.

Em todo o estado, há 25 hospitais com ocupação acima de 95% e mais seis fora da Grande São Paulo também já colapsaram, totalizando 19 unidades com 100% da ocupação dos leitos de terapia intensiva dedicados a pacientes contaminados pelo coronavírus.

Hospitais estaduais com 100% de ocupação na capital:

  • Hospital Geral de Pedreira
  • Hospital Geral de São Mateus
  • Hospital Estadual Vila Alpina
  • Hospital Ipiranga
  • Hospital Geral de Guaianases
  • Hospital Geral Santa Marcelina do Itaim Paulista
  • Hospital Geral de Vila Penteado
  • Hospital de Sapopemba
  • Instituto Dante Pazzanese
  • Hospital Geral de Vila Nova Cachoeirinha

E no restante do estado:

  • Hospital Geral de Itapevi
  • Complexo Hospitalar Padre Bento de Guarulhos
  • Hospital Geral de Itapecerica da Serra
  • Hospital de Campanha de Bebedouro
  • Hospital Estadual de Bauru
  • Hospital das Clínicas de Botucatu
  • Hospital Estadual de Sumaré
  • Hospital Regional de Assis
  • Hospital Regional de Sorocaba