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Fux diz que Brasil vive 'momento mais crítico' da pandemia: 'Até quando?'

"Nosso país precisa, mais do que nunca, de diálogo e de união entre os três poderes", defendeu Fux em discurso - Fellipe Sampaio/SCO/STF
"Nosso país precisa, mais do que nunca, de diálogo e de união entre os três poderes", defendeu Fux em discurso Imagem: Fellipe Sampaio/SCO/STF

Do UOL, em São Paulo

11/03/2021 14h59Atualizada em 11/03/2021 16h02

O presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), ministro Luiz Fux, lamentou hoje o recorde de mortes pela covid-19 registradas em um dia e disse ver o Brasil no "momento mais crítico" da pandemia. Ele exaltou o trabalho da Corte no último ano, em que foram analisados mais de 7 mil processos relacionados à covid-19, e garantiu "continuar firme em nossas trincheiras".

"A todos aqueles que sofrem, que perderam entes queridos, que se encontram desempregados, que precisam ficar longe de familiares e amigos: o STF envia nossa preocupação, nosso afeto e a nossa solidariedade. Hoje, o Brasil ainda vive seu quadro mais crítico desde março de 2020. Diante desse contexto, um misto de incredulidade e desesperança atinge muitos de nós, que nos perguntamos: até quando?", disse Fux na abertura da sessão plenária.

O discurso marca um ano da data em que a OMS (Organização Mundial da Saúde) declarou pela primeira vez que o mundo vivia uma pandemia. Desde então, lembrou Fux, já são mais de 2,6 milhões de mortos em mais de 200 países. Só o Brasil, segundo dados do consórcio de veículos de imprensa do qual o UOL faz parte, soma mais de 11,2 milhões de casos confirmados e quase 271 mil óbitos.

A média móvel de mortes no país está em 1.645 por dia, a pior marca da pandemia. Ontem, o país também alcançou o maior balanço de óbitos registrados em 24 horas — 2.349, número também mencionado pelo presidente do STF.

"Infelizmente, mesmo após um ano de pandemia, o cenário ainda é muito preocupante. Não cansemos de reiterar para jamais nos esquecermos: esses indicadores não são apenas números, mas representam pais, mães, avós, tios, filhos, irmãos e amigos. Não são apenas óbitos, mas vidas interrompidas, sonhos frustrados e lares desestruturados", continuou Fux.

Nosso país precisa, mais do que nunca, de diálogo, de união entre os três poderes, entre os agentes políticos de todos os níveis federativos, de todas as ideologias, de todos os setores públicos e privados, enfim, de todos os cidadãos. Precisamos trabalhar em prol das medidas eficazes para que a ciência e os bons propósitos possam finalmente vencer o vírus. Não temos tempo a perder.
Luiz Fux, presidente do STF

Ao final, o ministro pediu que a população se cuide e cuide dos demais, lembrando que "a responsabilidade com o próximo e com o país traduz a genuína cidadania preconizada por nossa Constituição".

"Continuaremos firmes em nossas trincheiras, sem economizar esforços para que a sociedade brasileira possa contar com o Poder Judiciário de seu país, e para que o Brasil supere com brevidade e altivez essa página de nossa história. Cuidem-se, e cuidemos uns dos outros", finalizou.