Estados foram abandonados à própria sorte por 'desgoverno', diz Witzel
O governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), atribuiu a bolsonaristas e ao governo Jair Bolsonaro (sem partido) a culpa pelo colapso sanitário no Brasil —definido pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) como o "maior da história"— e, mais especificamente, ao fracasso dos hospitais de campanha no estado, um dos pilares do processo de impeachment contra Witzel.
Em participação no UOL Entrevista, o governador afastado reconheceu não ter "acertado 100%" no combate à pandemia, mas disse que sua gestão foi alvo de uma "campanha difamatória" e foi atrapalhada pelo "negacionismo" do governo federal, que "não deu apoio nenhum a nenhum estado da federação".
"Os governadores foram completamente abandonados à sua própria sorte. Não se fez no Brasil aquilo que todo país tem que fazer, que é o controle da pandemia pelo governo federal através de diálogo com governadores. Hospitais de campanha poderiam ter o auxílio das Forças Armadas, não precisaríamos estar batendo cabeça em relação à construção de hospital de campanha", criticou.
Apesar das críticas direcionadas ao presidente da República, a quem Witzel apoiou e com, quem rompeu em seu primeiro ano de governo, o governador afastado não citou Jair Bolsonaro nominalmente na entrevista.
Infelizmente esse é o retrato que o governo federal tem hoje. A população, inclusive, está entendendo que o problema da pandemia hoje, na última pesquisa [Datafolha] que saiu, é do desgoverno, que infelizmente é um desgoverno negacionista e que está desestruturando a política de saúde em todos os estados
Wilson Witzel (PSC), governador afastado
Witzel é acusado de participar de um suposto esquema de corrupção envolvendo uma organização social contratada para a instalação de hospitais de campanha e servidores da cúpula da gestão do sistema de saúde do Rio. A Iabas, gestora de hospitais de campanha, é suspeita de fraudar documentos e superfaturar valores de insumos, tendo sido alvo de buscas e apreensões por parte da Polícia Federal.
A previsão do governo fluminense era construir sete hospitais de campanha para atender pacientes de covid-19, mas apenas dois saíram do papel —nenhum deles com a capacidade inicialmente planejada.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.