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Estados foram abandonados à própria sorte por 'desgoverno', diz Witzel

Do UOL, em São Paulo e no Rio

17/03/2021 15h49Atualizada em 17/03/2021 17h43

O governador afastado do Rio de Janeiro, Wilson Witzel (PSC), atribuiu a bolsonaristas e ao governo Jair Bolsonaro (sem partido) a culpa pelo colapso sanitário no Brasil —definido pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) como o "maior da história"— e, mais especificamente, ao fracasso dos hospitais de campanha no estado, um dos pilares do processo de impeachment contra Witzel.

Em participação no UOL Entrevista, o governador afastado reconheceu não ter "acertado 100%" no combate à pandemia, mas disse que sua gestão foi alvo de uma "campanha difamatória" e foi atrapalhada pelo "negacionismo" do governo federal, que "não deu apoio nenhum a nenhum estado da federação".

"Os governadores foram completamente abandonados à sua própria sorte. Não se fez no Brasil aquilo que todo país tem que fazer, que é o controle da pandemia pelo governo federal através de diálogo com governadores. Hospitais de campanha poderiam ter o auxílio das Forças Armadas, não precisaríamos estar batendo cabeça em relação à construção de hospital de campanha", criticou.

Apesar das críticas direcionadas ao presidente da República, a quem Witzel apoiou e com, quem rompeu em seu primeiro ano de governo, o governador afastado não citou Jair Bolsonaro nominalmente na entrevista.

Infelizmente esse é o retrato que o governo federal tem hoje. A população, inclusive, está entendendo que o problema da pandemia hoje, na última pesquisa [Datafolha] que saiu, é do desgoverno, que infelizmente é um desgoverno negacionista e que está desestruturando a política de saúde em todos os estados
Wilson Witzel (PSC), governador afastado

Witzel é acusado de participar de um suposto esquema de corrupção envolvendo uma organização social contratada para a instalação de hospitais de campanha e servidores da cúpula da gestão do sistema de saúde do Rio. A Iabas, gestora de hospitais de campanha, é suspeita de fraudar documentos e superfaturar valores de insumos, tendo sido alvo de buscas e apreensões por parte da Polícia Federal.

A previsão do governo fluminense era construir sete hospitais de campanha para atender pacientes de covid-19, mas apenas dois saíram do papel —nenhum deles com a capacidade inicialmente planejada.