Com números em alta, SP avalia restrições: 'Estamos progredindo'
Ainda que os números de mortes, internações e casos de covid-19 sigam em alta no estado de São Paulo, o governo paulista avalia que os impactos das medidas restritivas já estão começando a dar sinais e deverão apresentar uma melhora mais evidente no quadro durante esta semana.
Segundo a Secretaria de Saúde, houve uma desaceleração de novas internações nos últimos três dias e o índice de isolamento mostrou-se discretamente superior durante a fase emergencial, em vigor desde a última segunda-feira (15). Para o Centro de Contingência do Coronavírus, até então, os resultados são esperados, e ainda é cedo para ver um impacto mais claro.
"Quero ressaltar, algo precoce, é que tivemos elevação discreta [das novas internações] nas últimas 72 horas. Estamos na segunda-feira, que pode ter mais dados aportados, mas é um esboço de que as fases vermelha e emergencial estão surtindo efeito", disse Jean Gorinchteyn, secretário estadual de Saúde, na entrevista coletiva desta segunda.
"Temos índice de isolamento no sábado de 47%. Na semana anterior foi 1% a menos. E no domingo, que tínhamos 50%, hoje estamos com 51% de índice de isolamento. Estamos progredindo", completou o secretário.
Resultado é esperado, mas impacto leva tempo
O processo de melhora leva tempo. Esta é a mensagem do Centro de Contingência. Para o epidemiologista Paulo Menezes, coordenador do comitê, ainda não se pode apontar os impactos dos números, dado ciclo da doença, mas a sutil desaceleração nas novas internações e o aumento no isolamento social - mesmo que discreto - deverão ter frutos nas semanas seguintes.
Tivemos uma indicação [de desaceleração nas internações] se olhar os últimos três dias. Precisamos acompanhar ainda mais dias para ver se é uma oscilação ou se já é resultado das medidas restritivas. Nesta semana, depois de sete dias na fase vermelha e mais sete na emergencial, já poderemos ver os impactos de forma mais clara. Mas [o resultado] está dentro do que esperávamos.
Paulo Menezes, coordenador do Centro de Contingência
Segundo ele, o primeiro impacto deverá ser notado na diminuição de novos casos, depois em internações e, consequentemente em mortes. O problema, no entanto, é que a notificação de casos tem um atraso maior para aparecer dado tempo de diagnóstico.
"Se a gente pudesse acompanhar o número de casos ao vivo, como fazemos com internações, é provável que já tivéssemos uma melhora. Mas não é assim. O que esperamos é que, nos próximos dias a gente veja essa diminuição, que impacta todo o resto", afirma o epidemiologista.
O estado entrou na fase vermelha, com fechamento dos serviços não essenciais, no dia 6 de março e passou para a fase emergencial, ainda mais restritiva, na última segunda (15).A medida deverá durar até pelo menos a próxima terça (30), mas o governo paulista não descarta a possibilidade de prorrogação.
"Com 90% [de ocupação de UTI], não tem como baixar", afirma Menezes.
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