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Mulher de 72 anos é a 2ª morte oficial por falta de leito na cidade de SP

A UPA Campo Limpo fica na Vila Maracanã, zona sul de São Paulo - Cesar Ogata/Secom
A UPA Campo Limpo fica na Vila Maracanã, zona sul de São Paulo Imagem: Cesar Ogata/Secom

Letícia Simionato

Colaboração para o UOL, de Jundiaí (SP)

25/03/2021 14h52Atualizada em 25/03/2021 15h35

Após uma semana da primeira morte por falta de leito de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) na cidade de São Paulo, a prefeitura anunciou o segundo registro oficial: uma idosa de 72 anos morreu, ontem, na fila de espera. Ela estava internada na UPA (Unidade de Pronto Atendimento) Campo Limpo, na zona sul da capital.

A paciente Deusira Gabriel Rocha Rosa Dias, de 72 anos, foi admitida na UPA no dia 15 de março. No dia seguinte, houve o pedido de transferência para UTI por meio do sistema Cross (Central de Regulação de Ofertas de Serviços de Saúde). Com a gravidade do quadro, ela foi intubada em 19 de março, ainda na UPA.

A prefeitura alegou que Deusira recebeu "cuidados intensivos e ventilação mecânica assistida, com equipamentos e equipe adequada à criticidade de sua condição". Mas a idosa, que era portadora de condições crônicas, morreu na manhã de ontem.

Por causa da falta de leitos de UTI, as OS (Organizações Sociais) que administram as UPAS já foram autorizadas pela prefeitura a adquirir mais equipamentos e aumentar os recursos humanos com especificidade em UTI. O objetivo é garantir oxigênio, medicação e suporte ventilatório mesmo para quem está na fila de espera por um leito de UTI. A UPA Campo Limpo é administrada pela Organização Social de Saúde Hospital Israelita Albert Einstein.

"A pasta reforça que todos os pacientes que aguardam transferências para leitos de UTI na capital estão sendo assistidos pelas equipes médicas das unidades", informou a Secretaria Municipal da Saúde ao UOL, por meio de nota.

Pandemia em São Paulo

De acordo com boletim divulgado pela Prefeitura, até ontem (24), a cidade de São Paulo tinha 20.636 mortes por covid-19 e 694.686 casos confirmados da doença.

No total, são 2.590 leitos em operação, sendo 1.349 de UTI e 1.241 de enfermaria.

Nessa semana, a cidade registrou, pela primeira vez, 90% de ocupação dos leitos de UTIs (unidades de tratamento intensivo) voltadas à covid-19. Já a taxa de ocupação de leitos de enfermaria está em 80%.

Fase emergencial

No dia 15, começou a fase emergencial do Plano São Paulo, a mais restritiva contra a covid-19 adotada pelo governador João Doria (PSDB) até então.

Mais rígida que a fase vermelha, a medida inclui o que o governo chamou de "toque de recolher" entre 20h e 5h e proibição de eventos religiosos e esportivos até o dia 30 de março.