Com colapso, 45% dos municípios estão na iminência de faltar kits intubação
Levantamento feito com prefeituras de todas as regiões do país aponta que 44,7% das cidades apontaram que enfrentam "risco iminente do hospital da sua região" ficar sem medicamentos do kit intubação ainda nesta semana. Isso representa 1.141 municípios brasileiros.
A coleta dos dados foi feita pela CNM (Confederação Nacional dos Municípios) entre os dias 29 a 31 de março. Dos 5.568 municípios, 2.553 responderam ao questionário —ou 45,9% do total. Foi a segunda pesquisa feita pela entidade sobre a situação das cidades na atual fase crítica da pandemia.
Os kits intubação são aqueles remédios (como anestésicos e relaxantes musculares) e insumos necessários para manter um paciente em ventilação mecânica. O alerta sobre a falta desses produtos foi feito por secretários de todo o país em março.
Já sobre o risco de faltar oxigênio no hospital ou centro covid do município, 24,5% (ou 625) das prefeituras apontaram que também estão na iminência de não ter mais o insumo.
Fechamentos de leitos
A escassez de medicamentos para intubar pacientes da covid-19 começa a causar o fechamento de leitos de terapia intensiva. Em São Paulo, ao menos duas cidades transferiram pacientes que precisavam de intubação, embora tenham à disposição equipe, camas e equipamentos disponíveis na UTI. Mas faltam os remédios.
A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) determinou medidas para evitar o desabastecimento de medicamentos. Uma delas simplifica os processos de importação de dispositivos médicos e de medicamentos prioritários para o uso em serviços de saúde, mesmo que não regularizados no país, em caráter excepcional e temporário por órgãos e entidades públicas e privadas.
Algumas redes privadas se mobilizaram pelos estados para fazer a compra coletiva de medicamentos que compõem o kit intubação. Os medicamentos devem ser importados por meio de um consórcio.
Medidas de isolamento
Outro ponto levantado pela pesquisa é que 37,1% das cidades que responderam (948) já adotam o fechamento total de serviços não essenciais para conter o avanço da doença.
Sobre o toque de recolher, 82,2% (2.098) informaram que adotam a medida para restringir a circulação de pessoas à noite. Esse percentual sobre para 88% (2.246) quando o período de fechamento é o fim de semana.
Uma medida adotada pela maioria absoluta dos municípios é a suspensão das aulas presenciais, que foi adotada por 89,4% (2.282) dos municípios pesquisados.
Ainda de acordo com o levantamento, 15,3% das prefeituras anteciparam feriados municipais para conter aglomerações.
"A CNM espera que esses dados possam ser utilizados de forma a auxiliar os municípios brasileiros neste momento de extrema dificuldade e ações concretas sejam realizadas para mitigar os problemas nos sistemas de saúde de todo o país", diz o texto da pesquisa.
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