'Brasil se tornou um grande covidário', diz coordenador de testes da Pfizer
O coordenador de testes da Pfizer no Brasil, Cristiano Zerbini, disse hoje que o "Brasil se tornou um grande covidário" por causa da pandemia do novo coronavírus. O médico lamentou as mais de 3 mil mortes diárias pela covid -19 que o país tem registrado.
"O Brasil se tornou um grande covidário (...) 3 mil mortes por dia, isso é um absurdo. Como é que nós brasileiros podemos cooperar? Usem a máscara, distanciamento físico, lavem as mãos várias vezes por dia", pediu Zerbini, em entrevista à CNN.
Dados do consórcio de veículos de imprensa, do qual o UOL faz parte, mostram que o Brasil teve 3.019 mortes pela doença entre terça e quarta-feira. Até o momento são 398.343 óbitos no total.
Nos últimos sete dias, morreram, em média, 2.379 pessoas por dia por complicações da infecção pelo novo coronavírus no Brasil. Ontem foi o 98º dia consecutivo com média móvel acima de mil. Há 43 dias, desde 17 de março, o índice se mantém acima de 2 mil.
Doses da Pfizer
Zerbini falou sobre a chegada do primeiro lote de vacinas da Pfizer no Brasil, com 1 milhão de doses, na noite de hoje. O lote faz parte da compra de 100 milhões de doses feita pelo Ministério da Saúde com a farmacêutica norte-americana.
A gente fica muito contente com a chegada dessa vacina, porque ela é altamente eficaz, como a gente tem visto tanto nos estudos, onde foi avaliada a eficácia, quanto na vida real, que foi avaliada a efetividade
Cristiano Zerbini
O médico afirmou acreditar que a Pfizer não enfrentará problemas para entregar as outras doses compradas pelo Brasil no prazo estipulado. A previsão é de que até junho sejam entregues 13,5 milhões de doses no total.
De acordo com cronograma divulgado no sábado (24) pelo Ministério da Saúde, o país deverá receber o restante das doses adquiridas com a Pfizer a partir de julho.
"Os europeus fizeram um acordo com a Pfizer de entrega de 1,8 bilhão de doses da vacina da Pfizer. Se a Pfizer assumiu esse compromisso de 1,8 bilhão de doses para a Europa, seguramente 100 milhões para o Brasil, que é um número bem inferior, claro que será dado, não tem dúvida", avaliou.
Na perspectiva de Zerbini, o Brasil não enfrentará problemas para armazenar os imunizantes e avalia que uma vez que a vacina esteja em território nacional, não haverá demora para que a população seja vacinada.
"[A vacina] pode ficar entre -15ºC e -25ºC durante 14 dias e entre 2ºC e 8ºC por cinco dias. Então o armazenamento não será um problema, [e como] a distribuição vai ser pelas capitais, esse armazenamento será um pouco mais fácil", disse o especialista.
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