CoronaVac: 9 capitais suspendem 2ª dose da vacina; mais 7 têm estoque baixo
Ao menos nove capitais brasileiras estão com a aplicação da segunda dose da CoronaVac suspensa. Segundo os municípios, as mudanças na orientação do Ministério da Saúde ocasionaram a falta do imunizante contra a covid-19.
São elas: Aracaju (SE), Belo Horizonte (MG), Campo Grande (MS), Fortaleza (CE), Goiânia (GO), Rio de Janeiro (RJ), Porto Alegre (RS), Porto Velho (RO) e Recife (PE).
A Prefeitura de Belo Horizonte disse que não há doses disponíveis aos idosos de 64 a 67, pois a Secretaria Municipal de Saúde seguiu a orientação do governo federal e "não guardou as segundas doses do imunizante para esse público".
No Rio de Janeiro, a prefeitura disse que irá atrasar a aplicação da segunda dose por dez dias. A interrupção se deve à falta de entrega de novos lotes da vacina, de acordo com a Secretaria de Saúde da cidade.
Outras sete capitais, segundo apurou a Folha de S. Paulo, estão com baixo estoque do imunizante: Boa Vista, Curitiba, João Pessoa, Macapá, Maceió, Natal e Salvador.
O Ministério da Saúde tem mudado com frequência as orientações sobre a vacina contra covid-19. Em fevereiro, Eduardo Pazuello, então ministro da Saúde, orientou os municípios a usar todo o estoque de vacina. No entanto, dias depois, a pasta fez uma nova orientação e pediu que as prefeituras reservassem a segunda dose da CoronaVac.
As mudanças nas orientações não pararam por aí. Em março, a pasta da Saúde autorizou que as cidades usassem todas as vacinas armazenadas para segunda dose como primeira dose.
Com essa última orientação, vários municípios acabaram zerando seus estoques. Ao G1, o atual ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, culpou seu antecessor pelo problema. O atraso "decorre da aplicação da segunda dose como primeira dose", disse ele ao portal. "Logo que houver a entrega da CoronaVac, [o problema] será solucionado", disse.
Em São Paulo, ainda não houve falta de imunizantes.
Ministério orienta tomar segunda dose mesmo que seja fora do prazo
Nesta semana, a pasta liderada por Queiroga informou pelo Programa Nacional de Imunizações que os brasileiros devem tomar a segunda dose da vacina da covid-19 mesmo que a aplicação aconteça fora do prazo.
O atraso não é recomendado, já que há risco da pessoa contrair o vírus enquanto aguarda a aplicação. A CoronaVac deve ter a aplicação da segunda dose no intervalo de quatro semanas. Já a AstraZeneca/Fiocruz tem intervalo de 12 semanas.
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