"Quero Pfizer": vacina é preferida em postos, mas Saúde desencoraja escolha
A UBS (Unidade Básica de Saúde) Nossa Senhora do Brasil, na Bela Vista, região central de São Paulo, recebeu na quarta-feira (26) um lote com 600 doses da vacina contra covid-19 da Pfizer/BioNTec. Por volta das 15h, as unidades destinadas para a primeira dose já haviam acabado.
Aceita nos Estados Unidos e União Europeia, com menos casos de efeitos colaterais relatados e maior eficácia, a vacina da Pfizer tem sido a queridinha de quem pretende viajar para fora do país. A vacina de Oxford/AstraZeneca também é aceita nestes países, mas a CoronaVac ainda não. A Secretaria Municipal da Saúde desencoraja a escolha.
Foi o caso de Marcos Hahn, 40, que é treinador de atletas de fisiculturismo e precisa viajar com frequência para competições internacionais. Após se informar de que não tinha mais doses da Pfizer na UBS Nossa Senhora do Brasil, ele foi orientado por funcionários a ir à UBS Humaitá, a 1 km dali.
"Estou esperando a da Pfizer porque me possibilita ter mais liberdade de viagem para a Europa e Estados Unidos. É a mais aceita em outros países", diz. A Secretaria Municipal da Saúde, porém, pede que a população não escolha a vacina (leia mais abaixo).
Já Roderick Kobayashi, 60, tinha mais pressa de tomar a vacina do que vontade de escolher. Ele foi à UBS Milton Santos, no bairro da Saúde, zona sul, no primeiro dia em que abriu a vacinação para sua idade.
"Tomaria qualquer uma que tivesse no dia. Mas tinha uma ordem de preferência sim. Preferia a Pfizer, em segundo lugar a CoronaVac e, em terceiro, a AstraZeneca", disse, citando os efeitos colaterais como principal motivo.
"Fui bem de manhãzinha para tentar tomar a da Pfizer, porque sabia que iriam começar com ela. Tinha 600 doses e acabou rapidinho. Mas se não conseguisse, tomaria qualquer uma", afirma. Ele conseguiu tomar a da Pfizer e está com a segunda dose marcada para julho.
A irmã Maria do Bonfim, 52, por sua vez, diz que a melhor vacina é que estiver disponível. Portadora de hipertensão, ela é membro da Congregação das Irmãs de Santa Catarina. "Vai ser a que tiver", disse a freira, que tomou a AstraZeneca, na UBS Nossa Senhora do Brasil.
Anete Veloso, 60, agente de saúde que trabalha no local afirma que muita gente está fazendo questão da Pfizer, atitude que ela lamenta. "Todo mundo quer a Pfizer. Infelizmente tem gente que quer escolher. Acho que tem que pegar o que temos, nenhuma é melhor que a outra. Mas a decisão cabe à pessoa", diz Anete.
Das três vacinas contra covid-19 aplicadas atualmente no Brasil, todas foram aprovadas pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e têm eficácia comprovada contra o novo coronavírus.
"Dei sorte"
Eliene de Souza, 70, já vacinada com duas doses da CoronaVac, foi à UBS Humaitá, também na Bela Vista, para acompanhar a filha Emiliana Queiroz, 36, que é professora de educação física em academias e personal trainer. Ela se vacinou com a Pfizer. "Deu sorte", disse a mãe.
A coach Teresa Guerra, 50, asmática grave, também se sentiu sortuda por conseguir uma dose da Pfizer na mesma UBS. Ela está com viagem marcada para o Canadá para fazer um curso de inglês de seis meses.
"Vim preparada para tomar aquilo que tivesse, CoronaVac ou Pfizer. Mas dei sorte", diz. O Canadá permite a entrada de pessoas vacinadas com qualquer uma das três vacinas disponíveis no Brasil.
Saúde desencoraja escolha
O secretário municipal de Saúde de São Paulo, Edson Aparecido, já fez um apelo para que a população não escolha qual vacina tomar.
Procurada pelo UOL, a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) afirmou, por meio de um comunicado, que "a pasta orienta que não seja feita escolha de um imunizante e nem que a vacinação seja atrasada por isso", diz a nota.
"O município dispõe de doses suficientes de vacinas contra covid-19 para vacinar o público elegível e, neste momento, estão disponíveis os imunizantes da Pfizer e da Oxford/AstraZeneca para a primeira dose e CoronaVac exclusivamente para a segunda dose. A vacina da Pfizer é utilizada prioritariamente por ter prazo de validade mais curto em relação à da Oxford/AstraZeneca, devido ao processo de descongelamento e seguindo as orientações do fabricante."
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