Estou fazendo isso pela minha aldeia, diz 1ª criança vacinada contra covid
O menino Davi Seremramiwe, 8, a primeira criança a ser vacinada contra a covid-19 no Brasil, disse à CNN Brasil que gostaria de receber o imunizante para se proteger e fazer isso pela sua aldeia.
Davi é indígena da etnia xavante e mora no interior de São Paulo desde o início do ano passado — acompanhado de uma tutora —- para realizar tratamento médico contra uma rara doença motora. A tutora o acompanha nas consultas rotineiras, com médicos das áreas de reabilitação e neurologia.
"Eu já imaginava, mas eu estava um pouco nervoso. [Por que?] De emoção e alegria. [Você queria tomar a vacina?] Eu queria para ter mais proteção e eu estou fazendo isso para a minha aldeia", declarou a primeira criança a ser vacinada no Brasil.
O cacique Jurandir Siridiwe, pai do garoto, que mora em outro estado, acompanhou o evento da vacinação do filho virtualmente. Outras 14 crianças também receberam suas primeiras doses no mesmo local.
O pai da criança ainda cobrou agilidade do Ministério da Saúde para a vacinação da faixa etária. Apesar de o imunizante da Pfizer ter sido liberado pela Anvisa em 16 de dezembro, a entrada do imunizante na campanha coordenada pelo governo federal, porém, só foi confirmada em 5 de janeiro. Na contramão ciência, o presidente Jair Bolsonaro (PL) é contra a vacinação infantil.
"Que o Ministério da Saúde corra para que se atualize e tenhamos prioridade [na vacinação] da nossa criançada."
Vacinação infantil
O estado de São Paulo aplicou hoje a primeira vacina contra a covid-19 em crianças de 5 a 11 anos em evento organizado pelo governador João Doria (PSDB) no Hospital das Clínicas, na região central da cidade de São Paulo. Apesar do evento, o início oficial da campanha no estado, no entanto, está previsto para segunda-feira (17).
Além de Davi, outras 14 crianças foram vacinadas durante o evento, parte delas foram as seguintes:
- Jean Luca, 9 anos, diagnosticado com atrofia muscular espinhal tipo 1;
- Cauê Henrique dos Santos, 11 anos, diagnosticado com síndrome de down;
- Luiz Felipe Barbosa, quilombola, 11 anos, diagnosticado com síndrome de down;
- Valentina Moreira, 6 anos, que realizou um transplante de rim;
- Leonardo, 5 anos, diagnosticado com síndrome de down;
- Caio, 10 anos, que realizou um transplante de rim;
- Graziele de Oliveira, 8 anos, diagnosticado com síndrome de down.
O evento de início da vacinação das crianças foi organizado por João Doria de forma semelhante à cerimônia de início da vacinação de adultos contra a covid-19 no Brasil, em janeiro de 2021, que também aconteceu em São Paulo.
Nas duas ocasiões, o governador apresentou o evento e ficou ao lado da pessoa a ser imunizada. Crítico do presidente Jair Bolsonaro (PL), Doria é o candidato do PSDB à Presidência nas eleições deste ano.
A expectativa do governo de São Paulo é vacinar 4,3 milhões de crianças no período de três semanas — mas, para isso, depende do envio das doses da vacina Pfizer/BioNTech compradas pelo Ministério da Saúde.
No evento, o governador ainda declarou esperar que a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) libere na próxima semana a aplicação da CoronaVac em crianças e adolescentes de 3 a 17 anos.
*Com colaboração de Pedro Vilas Boas, do UOL, em Salvador.
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