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Médicos de São Paulo marcam nova reunião para decisão sobre greve geral

Movimentação na UBS Santa Cecília, centro de São Paulo - Lucas Borges Teixeira /UOL
Movimentação na UBS Santa Cecília, centro de São Paulo Imagem: Lucas Borges Teixeira /UOL

Do UOL, em São Paulo

26/01/2022 21h23

Os médicos da APS (Atenção Primária à Saúde) marcaram para amanhã uma nova reunião que vai debater uma possível greve geral em São Paulo. Os profissionais reclamam de um "intensa sobrecarga", que tem levado os trabalhadores das UBS (Unidades Básicas de Saúde) a um "estado insustentável de esgotamento físico e psicológico".

"A Prefeitura ignora a sobrecarga dos profissionais e não atende suas reivindicações", diz uma nota enviada à imprensa pelo Simesp (Sindicato dos Médicos de São Paulo).

A SMS (Secretaria Municipal de Saúde), porém, rebate a informação e diz já ter realizado diversas contratações desde dezembro, além de ter autorizado outras tantas. O sindicato, por sua vez, garante que entre as "tão anunciadas contratações de profissionais" não há contingente extra para as UBS.

"A situação da saúde na cidade é preocupante. São filas imensas, poucos funcionários para atender a população e muitos problemas estruturais, como a falta de medicamentos básicos (dipirona, loratadina, antibióticos) e insumos (máscaras e luvas). O caos é agravado pelo grande número de trabalhadores afastados por terem contraído covid-19 no exercício da profissão e a insuficiência dos testes para os cidadãos", complementa a nota.

Entre as reivindicações dos profissionais de saúde da capital estão a contratação de mais trabalhadores para as UBS, pagamento dos plantões extras já feitos para todos os profissionais da saúde pública municipal, condições de trabalho e atendimento à população, além de um plano de enfrentamento ao covid-19 e reabertura da mesa técnica.

Os profissionais já tinham previsto, para a semana passada, uma paralisação de 24 horas nas UBS e um ato em frente à sede da Prefeitura. Mas um dia antes, a Justiça de São Paulo acatou um pedido da prefeitura da capital e proibiu a greve. A decisão liminar foi do vice-presidente do TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo), Guilherme Gonçalves Strenger.

Na ocasião, o magistrado entendeu que o movimento poderia causar "graves prejuízos" à população. Já a prefeitura explicou a ação movida pelo município visava "manter a assistência em saúde à população".

Com a fixação de uma multa diária de R$ 600 mil, caso a decisão da Justiça não fosse respeitada com a integralidade, os profissionais decidiram suspender a greve marcada para o último dia 19 de janeiro. Mas o Simesp entendeu que a ação da prefeitura e da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) foi "arbitrária e um cerceamento do direito de greve".