Cidade de SP começa a vacinar amanhã crianças acima de 3 anos contra covid
A cidade de São Paulo começará a vacinar amanhã contra a covid-19 crianças de 3 e 4 anos com comorbidades, deficiências e indígenas. O público estimado é de cerca de 15 mil crianças.
Na semana passada, o Ministério da Saúde liberou a imunização de crianças de 3 a 5 anos com a CoronaVac após a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovar o uso emergencial do imunizante para essa faixa etária. Até então, a aplicação era autorizada apenas em crianças a partir de 6 anos no país.
A vacinação não começará para o público geral dessa faixa etária porque São Paulo não tem doses suficientes. Na capital paulista, ao todo, há mais de 313 mil crianças entre 3 e 4 anos, sendo 155 mil com 3 anos e 158 mil com 4 anos.
As vacinas são enviadas aos estados pelo Ministério da Saúde —e, depois, encaminhadas aos municípios. Procurado, o governo federal informou que recomenda que seja utilizado os estoques existentes nos estados e municípios e segue em tratativas para comprar novas doses.
Para que a criança receba a vacina, os responsáveis deverão apresentar documento de identificação do menor. Para comprovação das condições de saúde, é necessário apresentar comprovante de condição de risco, como receitas ou relatórios, desde que haja identificação do paciente, CRM com carimbo do médico e na validade de dois anos de emissão, informou a SMS (Secretaria Municipal de Saúde).
A pasta também informou que a partir de amanhã crianças de 3 e 4 anos sem comorbidades ou deficiência poderão ser inscritas nas UBSs (Unidades Básicas de Saúde) para a xepa, ou seja, para receberem o imunizante caso haja sobras. A inscrição pode ser feita em unidade próxima à residência ou escola, e os responsáveis devem apresentar documentação com endereço e telefone para o caso de serem chamados.
Esquema vacinal
A recomendação da área técnica da Anvisa para a faixa etária é de um esquema vacinal de duas doses, com intervalo de 28 dias, e mesma dose usada para adultos. Crianças imunocomprometidas não devem ser vacinadas por falta de informações sobre a aplicação no grupo.
A CoronaVac foi desenvolvida pela biofarmacêutica chinesa Sinovac e pelo Instituto Butantan, ligado ao governo paulista, e que tem autorização para fabricar o imunizante no território nacional.
Na quarta-feira (13), dia em que a Anvisa liberou a vacinação para as crianças de 3 a 5 anos, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, afirmou à colunista do UOL Carla Araújo que ainda não havia como prever uma data e nem um calendário para a vacinação contra covid-19 para esse público.
Ao menos sete capitais já começaram a vacinar crianças de 3 anos ou mais contra a covid. São elas: Rio de Janeiro, Salvador, Fortaleza, São Luís, Belém, Boa Vista, Manaus. A prefeitura do Recife informou que irá começar a imunizar crianças de 4 anos a partir de amanhã.
A imunização de crianças de 5 anos já havia sido autorizada pelos órgãos com a vacina pediátrica da Pfizer.
Coronavac teve produção suspensa
No fim de junho, o Butantan informou que a CoronaVac teve sua produção suspensa. Isso aconteceu, segundo o instituto, por falta de novos pedidos de lotes do imunizante. No total, o Butantan disse ter entregue mais de 110 milhões de doses ao Ministério da Saúde. O último envio ocorreu em fevereiro deste ano.
Após a aprovação da Anvisa para a faixa etária de 3 a 5 anos, o Butantan afirmou que espera agora que o imunizante seja incorporado ao PNI (Programa Nacional de Imunizações) do Ministério da Saúde, de acordo com a demanda necessária e mediante contratação.
Ainda conforme o instituto, além do Chile, outros países como China, Colômbia, Tailândia, Camboja, Equador e o território autônomo de Hong Kong já administram a CoronaVac em crianças de três anos ou mais.
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