Dirigente chinês Bo Xilai é excluído do Parlamento e indiciado

Em Pequim

O dirigente chinês deposto Bo Xilai foi excluído da ANP (Assembleia Nacional Popular), controlada pelo PCC (Partido Comunista Chinês), enquanto a Justiça chinesa anunciou abertura de uma instrução para investigar a série de acusações contra ele, informou nesta sexta-feira (26) a agência oficial Nova China.

A exclusão de Bo Xilai da ANP foi decidida pelo comitê permanente deste órgão e abriu caminho para o julgamento do ex-membro do bureau político do PCC, de 63 anos, envolvido no maior escândalo político e financeiro dos últimos anos na China.

O ex-líder chinês deve responder na Justiça por várias acusações, entre elas a de corrupção generalizada quando administrava a cidade de Chongqing. Ele também é acusado de ter mantido relações sexuais "impróprias" com várias mulheres, de cometer "graves erros e de ter abusado de seu poder no caso do homicídio culposo envolvendo (seu ex-colaborador) Wang Lijun e (sua mulher) Gu Kailai.

O Partido Comunista Chinês quer resolver este caso antes do início do congresso do PCC, no dia 8 de novembro, que deve iniciar a transição para rejuvenescer sua direção. O vice-presidente, Xi Jinping, 59, deve substituir o presidente Hu Jintao, atual secretário-geral do partido, no cargo há dez anos.

Mas segundo vários especialistas, Bo Xilai ainda possui apoios poderosos no partido e seu julgamento deve enfraquecer seus partidários.

O ex-chefe da metrópole de Chongqing já havia sido expulso do PCC no mês passado.

A incerteza gira em torno da data do julgamento de Bo Xilai, que pode ocorrer antes ou depois do Congresso do PCC.

O caso teve o efeito de uma bomba ao ilustrar a intensidade da luta por posições de destaque dentro do partido único, que governa com mão de ferro o país há mais de 60 anos.

A esposa de Bo Xilai foi condenada à morte com indulto - o equivalente à prisão perpétua - em agosto pelo assassinato por envenenamento de um empresário britânico, Neil Heywood.

Wang Lijun, ex-chefe de polícia de Chongqing, pegou 15 anos de prisão, principalmente por ter pedido asilo político no consulado dos Estados Unidos em Chengdu (sudoeste).

Considerado uma personalidade extravagante, Bo Xilai, que aspirava ao cargo mais alto do comitê do partido, é mantido incomunicável desde abril, quando foi suspenso de suas funções.

O ex-secretário geral do CPC de Chongqing lançou uma campanha ambiciosa em tom nacionalista, glorificando os temas do período maoísta e revisitando a grandeza do revolucionário chinês.

Ele é considerado um dos muitos "príncipes vermelhos" que desempenham um papel vital na China pós-Mao e Deng Xiaoping: seu pai, Bo Yibo, foi um dos líderes revolucionários e membro do comitê permanente do partido.

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