Kim Jong-Un, um líder enigmático que preocupa o mundo
SEUL, 05 avr 2013 (AFP) - Assim como seu pai, o jovem líder da Coreia do Norte Kim Jong-Un provoca incompreensão e temor e, embora em algumas ocasiões seu comportamento seja alvo de piadas, o certo é que está a um passo de provocar um conflito na península.
Quinze meses após a morte de seu pai, Kim Jong-Il, Jong-Un passou para as capas dos jornais agitando a ameaça de uma guerra nuclear com a Coreia do Sul e os Estados Unidos. "Quebrar a coluna dos inimigos dementes, cortar o pescoço e assim mostrar claramente o que é uma verdadeira guerra", chegou a dizer um dia.
Embora pareça se sentir mais confortável em público que seu pai, nem por isso deixa de ser enigmático. Seu ano de nascimento é um mistério. A imprensa sul-coreana afirma que tem entre 28 e 30 anos. Sua esposa é jovem e atraente, mas não se sabe se o casal tem filhos.
É fã dos parques de atrações e dos personagens da Disney, algo surpreendente para um comandante das quintas forças armadas do mundo e chefe de um Estado com bomba atômica.
"Sem experiência" é a característica atribuída a ele pela imprensa e pelos analistas.
Kim Jong-Il se formou durante longos anos à sombra de seu pai, Kim Il-Sung, o fundador da Coreia do Norte. Mas seu filho, Kim Jong-Un, precisou se preparar em apenas alguns meses.
"Para ser sincero, acredito que continuamos sem saber o que faz", declarou à AFP Alexandre Mansurov, especialista da Coreia do Norte.
"Kim Jong-Il aplicava todo o tempo a estratégia da corda bamba, mas por experiência sabíamos que não saltaria ao abismo. Conhecíamos seus limites, quais eram seus freios e que botões apertar para que parasse", explicou.
"Com seu filho, não temos passado. Não conhecemos seus limites, até onde podemos pressionar, e se tem ou não freios".
Na Coreia do Sul, país acostumado ao comportamento errático de seu vizinho do Norte, os analistas veem na atitude de Jong-Un um pragmatismo calculado.
"Kim teve pouco tempo para se preparar para dirigir (o país), precisou se mover rápido e de forma mais agressiva para garantir que controlasse as elites", considera Chang Yong-Seok, da Seoul National University.
"Não é incomum. Kim Jong-Il consolidava seu status de sucessor quando declarou um quase estado de guerra no momento do auge da primeira crise, desencadeada pelo programa nuclear norte-coreano em 1993-94", lembra o analista.
Diante da opacidade do regime, alguns se perguntam sobre o poder real de Kim Jong-Un. É a cabeça pensante ou um simples fantoche manipulado por um bando de generais e por funcionários de alto escalão?
"Demonstrou que controlava completamente o partido e o exército", afirmou Yang Moo-Jin, da universidade de estudos norte-coreanos em Seul, que lembra que destituiu vários líderes de alto escalão logo depois de chegar ao poder.
"É certo que está rodeado de mentores, mas isso não quer dizer que seja fraco. Toma as decisões nos assuntos de Estado importantes. O sistema sempre funcionou assim", afirma o especialista.
No sistema político norte-coreano, a pessoa na liderança do país dispõe de todos os poderes, destacou.
A pergunta agora é saber para onde levará o país. Como seu pai já costumava fazer, Kim provocou uma crise agravada por declarações desmedidas com o objetivo de obrigar a comunidade internacional a fazer concessões para diminuir a tensão.
Mas desta vez Washington e Seul não parecem ceder.
Daniel Pinkston, do International Crisis Group, considera que Pyongyang está esperando que no dia 30 de abril terminem as manobras conjuntas entre Estados Unidos e Coreia do Sul para acalmar o jogo.
"Temos que compreender que muito do que vemos ou ouvimos, como as fotografias de Kim com seus generais na sala de guerra, as ameaças aparentemente irracionais, estão destinadas, na realidade, à audiência interna", declarou Daniel Pinkston.
Kim se apresenta como o protetor de seu povo diante de uma invasão americana, concluiu.
Quinze meses após a morte de seu pai, Kim Jong-Il, Jong-Un passou para as capas dos jornais agitando a ameaça de uma guerra nuclear com a Coreia do Sul e os Estados Unidos. "Quebrar a coluna dos inimigos dementes, cortar o pescoço e assim mostrar claramente o que é uma verdadeira guerra", chegou a dizer um dia.
Embora pareça se sentir mais confortável em público que seu pai, nem por isso deixa de ser enigmático. Seu ano de nascimento é um mistério. A imprensa sul-coreana afirma que tem entre 28 e 30 anos. Sua esposa é jovem e atraente, mas não se sabe se o casal tem filhos.
É fã dos parques de atrações e dos personagens da Disney, algo surpreendente para um comandante das quintas forças armadas do mundo e chefe de um Estado com bomba atômica.
"Sem experiência" é a característica atribuída a ele pela imprensa e pelos analistas.
Kim Jong-Il se formou durante longos anos à sombra de seu pai, Kim Il-Sung, o fundador da Coreia do Norte. Mas seu filho, Kim Jong-Un, precisou se preparar em apenas alguns meses.
"Para ser sincero, acredito que continuamos sem saber o que faz", declarou à AFP Alexandre Mansurov, especialista da Coreia do Norte.
"Kim Jong-Il aplicava todo o tempo a estratégia da corda bamba, mas por experiência sabíamos que não saltaria ao abismo. Conhecíamos seus limites, quais eram seus freios e que botões apertar para que parasse", explicou.
"Com seu filho, não temos passado. Não conhecemos seus limites, até onde podemos pressionar, e se tem ou não freios".
Na Coreia do Sul, país acostumado ao comportamento errático de seu vizinho do Norte, os analistas veem na atitude de Jong-Un um pragmatismo calculado.
"Kim teve pouco tempo para se preparar para dirigir (o país), precisou se mover rápido e de forma mais agressiva para garantir que controlasse as elites", considera Chang Yong-Seok, da Seoul National University.
"Não é incomum. Kim Jong-Il consolidava seu status de sucessor quando declarou um quase estado de guerra no momento do auge da primeira crise, desencadeada pelo programa nuclear norte-coreano em 1993-94", lembra o analista.
Diante da opacidade do regime, alguns se perguntam sobre o poder real de Kim Jong-Un. É a cabeça pensante ou um simples fantoche manipulado por um bando de generais e por funcionários de alto escalão?
"Demonstrou que controlava completamente o partido e o exército", afirmou Yang Moo-Jin, da universidade de estudos norte-coreanos em Seul, que lembra que destituiu vários líderes de alto escalão logo depois de chegar ao poder.
"É certo que está rodeado de mentores, mas isso não quer dizer que seja fraco. Toma as decisões nos assuntos de Estado importantes. O sistema sempre funcionou assim", afirma o especialista.
No sistema político norte-coreano, a pessoa na liderança do país dispõe de todos os poderes, destacou.
A pergunta agora é saber para onde levará o país. Como seu pai já costumava fazer, Kim provocou uma crise agravada por declarações desmedidas com o objetivo de obrigar a comunidade internacional a fazer concessões para diminuir a tensão.
Mas desta vez Washington e Seul não parecem ceder.
Daniel Pinkston, do International Crisis Group, considera que Pyongyang está esperando que no dia 30 de abril terminem as manobras conjuntas entre Estados Unidos e Coreia do Sul para acalmar o jogo.
"Temos que compreender que muito do que vemos ou ouvimos, como as fotografias de Kim com seus generais na sala de guerra, as ameaças aparentemente irracionais, estão destinadas, na realidade, à audiência interna", declarou Daniel Pinkston.
Kim se apresenta como o protetor de seu povo diante de uma invasão americana, concluiu.
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