Sucessão de Hugo Chávez

CNE diz que oposição deve buscar via legal para impugnar eleição venezuelana

Em Caracas (Venezuela)

A presidente do Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, Tibisay Lucena, pediu à oposição nesta segunda-feira que use "as vias legais" para impugnar o resultado da eleição presidencial, realizada neste domingo.

"Foram auditadas 54% das urnas, mas também foram realizadas 14 auditorias antes e durante o processo, motivo pelo qual, se houver algum elemento que deva ser impugnado por qualquer uma das partes, aí estão as vias legais para fazê-lo", declarou Lucena, no ato de proclamação de Nicolás Maduro como presidente eleito.

O candidato da oposição, Henrique Capriles, pediu que a vitória não fosse anunciada até a recontagem de 100% dos votos.

No domingo à noite, depois da divulgação dos resultados, Maduro aceitou que todos os votos fossem recontados, como haviam pedido Capriles e o reitor do CNE, ligado à oposição, Vicente Díaz.

"Não será a perseguição, a ameaça, ou o amedrontamento a via para recorrer dos atos do poder eleitoral. A Constituição e a lei são a única rota que os verdadeiros democratas respeitam", acrescentou Lucena.

A presidente do CNE leu o último boletim oficial, que amplia ligeiramente a estreita margem dada no domingo a favor do candidato chavista, com 50,75% contra 48,97% do opositor.

Lucena, que classificou de "ingerência" as declarações sobre as eleições venezuelanas feitas pelo governo dos Estados Unidos e pela Organização dos Estados Americanos (OEA), lembrou que "quando, em 2000, Al Gore fez a recontagem de seus votos, não fez um acordo com (George W.) Bush, seu candidato rival, nem por meio de pedidos pela televisão".

"O sr. Gore recorreu à Suprema Corte do estado da Flórida (sudeste), como corresponde ao ordenamento jurídico americano, do qual tenho absoluta certeza que esses porta-vozes 'ingerencistas' respeitam", ironizou.

No início da tarde desta segunda, Capriles convocou uma mobilização popular, com panelaços e passeatas para amanhã, terça, na frente das sedes regionais do CNE, para exigir a recontagem dos votos, algo que a equipe de campanha de Maduro classificou de convocação de um golpe de Estado.

"Na Venezuela, há um Estado de direito que deve ser respeitado", frisou.

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