Síria e seus aliados teriam reação limitada em caso de ataque ocidental pontual
BEIRUTE, 27 Ago 2013 (AFP) - A reação da Síria e de seus aliados deve ser limitada em caso de um ataque ocidental pontual, mas uma ofensiva de envergadura com o objetivo de derrubar o regime de Bashar al-Assad incendiaria a região, segundo os analistas de política internacional.
"Tudo depende da natureza, da amplitude e do objetivo de uma ofensiva ocidental. No momento, penso principalmente em um ataque de advertência, nada mais", explicou à AFP Joseph Bahout, professor da Sciences-Po París.
"Neste caso, nem (o movimento xiita libanês) Hezbollah, nem o Irã irão além", acresentou.
Teerã e o Hezbolah, que combate ao lado do exército sírio contra os rebeldes, são, junto com a Rússia, os principais aliados do regime de Damasco.
"Podemos imaginar ataques 'laterais e indiretos', como agressões contra a Finul (missão das Nações Unidas para manter a paz no Líbano) ou como o lançamento anônimo de mísseis contra Israel. Enfim, sem novidades", assinalou.
No entanto, se os ocidentais decidirem acabar com o regime, tudo mudaria.
"Neste caso, não podemos descartar uma reação extrema, principalmente do Irã, e ainda resta uma incógnita: a reação russa", destacou o especialista em Oriente Médio e Síria.
Moscou afirmou nesta terça-feira que uma intervenção como esta teria "consequências catastróficas", mas o chefe da diplomacia russa Serguei Lavrov afirmou que seu país não tem "a intenção de entrar em guerra com ninguém".
As capitais ocidentais intensificam as conversações de alto nível para preparar uma resposta ao suposto ataque químico que deixou, segundo a oposição síria, centenas de mortos.
Durante um encontro na segunda-feira com um alto representante da ONU, o chefe da diplomacia iraniana, Mohamed Javad Zarif, advertiu que "o uso de meios militares teria duras consequências não apenas para a Síria, como também para toda a região".
"No momento, o Irã lança suas advertências, mas se os americanos decidirem intervir, tropeçarão na mesma pedra e o Irã se manterá à margem para observar como os americanos e seus aliados se afundam neste lamaçal", assegurou Amir Mohebian, analista e jornalista que mora no Irã.
No entanto, para Basam Abu Abdallah, diretor do Centro de Damasco para os Estudos Estratégicos, qualquer ataque, inclusive limitado, pode resultar em algo maior.
"Os americanos poderão atacar para preservar sua imagem frente aos aliados que criticam a postura de espera, para chegar em posição de força ante os russos nas negociações de paz e para dar uma mão aos rebeldes", explicou.
Mas, segundo ele, se o ataque acontecer, isto provocará uma resposta e "toda a região entrará no conflito e será uma guerra regional, mesmo que atualmente nenhum dos protagonistas queira revelar suas cartas".
"Quem garante que um confronto desse tipo não resulte numa guerra total e que uma resposta ao ataque químico não vá abrir as portas do inferno?, questiona Ibrahim al Amine, diretor do Al-Akhbar, jornal libanês ligado à Síria e ao Hezbollah.
Em entrevista ao jornal russo Izvestia, o presidente sírio Bashar al-Assad advertiu a Washington que um ataque ocidental fracassará, como "em todas as guerras anteriores, começando pelo Vietnã".
Para os aliados de Damasco, a linha vermelha é uma ação militar para derrubar o regime.
"A Síria conta na região com verdadeiros amigos que não permitirão que este país caia em mãos dos Estados Unidos, Israel ou grupos takfiri (extremistas sunitas)", afirmou o chefe do Hezbollah em abril.
Um porta-voz do grupo pró-regime sírio Frente Popular de Libertação da Palestina-Comando Geral (FPLP-CG) assinalou na segunda-feira que "os interesses na região de todos aqueles que participarem na agressão contra a Síria serão alvos legítimos".
"Tudo depende da natureza, da amplitude e do objetivo de uma ofensiva ocidental. No momento, penso principalmente em um ataque de advertência, nada mais", explicou à AFP Joseph Bahout, professor da Sciences-Po París.
"Neste caso, nem (o movimento xiita libanês) Hezbollah, nem o Irã irão além", acresentou.
Teerã e o Hezbolah, que combate ao lado do exército sírio contra os rebeldes, são, junto com a Rússia, os principais aliados do regime de Damasco.
"Podemos imaginar ataques 'laterais e indiretos', como agressões contra a Finul (missão das Nações Unidas para manter a paz no Líbano) ou como o lançamento anônimo de mísseis contra Israel. Enfim, sem novidades", assinalou.
No entanto, se os ocidentais decidirem acabar com o regime, tudo mudaria.
"Neste caso, não podemos descartar uma reação extrema, principalmente do Irã, e ainda resta uma incógnita: a reação russa", destacou o especialista em Oriente Médio e Síria.
Moscou afirmou nesta terça-feira que uma intervenção como esta teria "consequências catastróficas", mas o chefe da diplomacia russa Serguei Lavrov afirmou que seu país não tem "a intenção de entrar em guerra com ninguém".
As capitais ocidentais intensificam as conversações de alto nível para preparar uma resposta ao suposto ataque químico que deixou, segundo a oposição síria, centenas de mortos.
Durante um encontro na segunda-feira com um alto representante da ONU, o chefe da diplomacia iraniana, Mohamed Javad Zarif, advertiu que "o uso de meios militares teria duras consequências não apenas para a Síria, como também para toda a região".
"No momento, o Irã lança suas advertências, mas se os americanos decidirem intervir, tropeçarão na mesma pedra e o Irã se manterá à margem para observar como os americanos e seus aliados se afundam neste lamaçal", assegurou Amir Mohebian, analista e jornalista que mora no Irã.
No entanto, para Basam Abu Abdallah, diretor do Centro de Damasco para os Estudos Estratégicos, qualquer ataque, inclusive limitado, pode resultar em algo maior.
"Os americanos poderão atacar para preservar sua imagem frente aos aliados que criticam a postura de espera, para chegar em posição de força ante os russos nas negociações de paz e para dar uma mão aos rebeldes", explicou.
Mas, segundo ele, se o ataque acontecer, isto provocará uma resposta e "toda a região entrará no conflito e será uma guerra regional, mesmo que atualmente nenhum dos protagonistas queira revelar suas cartas".
"Quem garante que um confronto desse tipo não resulte numa guerra total e que uma resposta ao ataque químico não vá abrir as portas do inferno?, questiona Ibrahim al Amine, diretor do Al-Akhbar, jornal libanês ligado à Síria e ao Hezbollah.
Em entrevista ao jornal russo Izvestia, o presidente sírio Bashar al-Assad advertiu a Washington que um ataque ocidental fracassará, como "em todas as guerras anteriores, começando pelo Vietnã".
Para os aliados de Damasco, a linha vermelha é uma ação militar para derrubar o regime.
"A Síria conta na região com verdadeiros amigos que não permitirão que este país caia em mãos dos Estados Unidos, Israel ou grupos takfiri (extremistas sunitas)", afirmou o chefe do Hezbollah em abril.
Um porta-voz do grupo pró-regime sírio Frente Popular de Libertação da Palestina-Comando Geral (FPLP-CG) assinalou na segunda-feira que "os interesses na região de todos aqueles que participarem na agressão contra a Síria serão alvos legítimos".