Presidentes de Brasil e Bolívia revisarão agenda bilateral em setembro

Em La Paz

A presidente Dilma Rousseff se reunirá com o colega boliviano, Evo Morales, em meados de setembro em Brasília para revisar a agenda bilateral, marcada pelo setor energético, informou neste sábado (31) o chefe de Estado da Bolívia.

Entenda o caso envolvendo o senador boliviano Roger Pinto

  • Arte/UOL

    28.mai.2012 - Durante encontro com embaixador, o senador boliviano Roger Pinto, da oposição ao presidente Evo Morales, pede asilo político ao Brasil
    8.jun.2012 - O governo brasileiro concede asilo e é criticado por Evo Morales dias depois
    19.jul.2012 - Governo boliviano sobe o tom e acusa o embaixador brasileiro de fazer "pressão"
    2.mar.2013 - Um acordo bilateral decide criar uma comissão para analisar o caso de Roger Pinto
    17.mai.2013 - O advogado do senador pede que o Supremo Tribunal Federal pressione o Itamaraty
    23.ago.2013 - Por volta das 15h, saem da embaixada brasileira em La Paz Roger Pinto, o diplomata brasileiro Eduardo Saboia e dois fuzileiros navais, em dois carros diplomáticos oficiais. Eles percorrem mais de 1.500 km por terra em uma viagem de mais de 22 horas
    24.ago.2013 - Na tarde deste sábado, os carros chegam a Corumbá, no Mato Grosso do Sul e, à noite, pegam um jatinho de um empresário amigo do senador brasileiro Ricardo Ferraço (PMDB-ES) rumo a Brasília
    25.ago.2013 - Roger Pinto, Ferraço e Saboia chegam a Brasília
    26.ago.2013 - O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, deixa o cargo

Dilma "nos propôs fazer, em meados de setembro, uma reunião bilateral que vai ser realizada na cidade de Brasília (..) para abordar outros temas de investimento, cooperação, créditos", disse Morales a jornalistas depois de jogar futebol, esporte que pratica, nos arredores de La Paz.

O presidente disse que o encontro foi acertado na sexta-feira (30), durante a cúpula da Unasul, no Suriname, onde os dois chefes de Estado resolveram uma desavença devido à fuga da Bolívia, com ajuda de um diplomata brasileiro, de um senador boliviano de oposição que o governo considera corrupto.

Este sábado (31), Morales deu por "resolvido o problema", que durante a semana havia deixado tensas as relações entre Brasília e La Paz.

A agenda bilateral é dominada pelo negócio do gás natural e a luta contra o narcotráfico.

No entanto, durante o encontro de setembro será dada ênfase ao aspecto comercial, especialmente na indústria têxtil, que a Bolívia quer introduzir no mercado brasileiro, disse o presidente.

A Bolívia tem no Brasil e na Argentina os principais destinos para seu gás natural. Relatórios oficiais apontam que as vendas entre janeiro e julho para estes dois países chegaram a um valor de 3,537 bilhões de dólares, 22,7% a mais que o mesmo período de 2012.

Em março, uma reunião de chanceleres dos dois países na cidade boliviana de Santa Cruz tinha decidido intensificar a agenda de integração bilateral que inclui temas comerciais, industriais, migratórios e de combate ao narcotráfico.

O Brasil tem uma balança comercial deficitária com relação à Bolívia, que vende para este país uma média de 31 milhões de metros cúbicos diários (mmcd) de gás natural.

A fronteira territorial comum é de 3.133 km em quase toda a selva amazônica, região com pouco controle, onde prolifera o contrabando, especialmente de madeira, e a circulação de cocaína.

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