Kerry pede eleições livres e justas em visita ao Egito
CAIRO, 03 Nov 2013 (AFP) - O secretário de Estado americano, John Kerry, pediu neste domingo eleições livres e justas no Egito, em sua primeira visita ao país após a destituição, há quatro meses, do presidente islâmico Mohamed Mursi pelo Exército.
Kerry se reuniu com o presidente interino, Adly Mansur, e com novo líder do país, o chefe do Exército, general Abdel Fattah al-Sissi, para analisar os planos de transição dos militares, que preveem um referendo sobre uma nova Constituição - que está sendo redigida - e eleições legislativas e presidenciais antes de meados de 2014.
O secretário de Estado pediu às autoridades egípcias eleições livres, justas e que incluam todas as partes", enquanto prossegue uma repressão sangrenta à Irmandade Muçulmana, confraria à qual Mursi pertence.
"Ele insistiu ainda sobre o fato de que o estado de emergência, que expira em 14 de novembro, não deve ser prorrogado", declarou à imprensa um funcionário do departamento de Estado que viaja com Kerry.
O secretário de Estado destacou que "a repressão em curso é inapropriada" e que as autoridades egípcias devem "estender a mão à Irmandade Muçulmana e a outros" grupos que apoiam Mursi.
Kerry apelou ainda às autoridades para que protejam os direitos humanos e as liberdades.
O chefe da diplomacia americana também analisou o processo de paz entre palestinos e israelenses e disse que "os Estados Unidos farão todos os esforços possíveis para levar adiante o processo de maneira justa, de um modo equilibrado e que reflita a complexidade destes temas".
Kerry admitiu que a aceleração da colonização israelense nos territórios palestinos "alterou a percepção da seriedade com que se avança na direção certa".
Israel anunciou neste domingo licitações para a construção de 1.859 residências destinadas a colonos judeus na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, antes da visita de Kerry ao país.
O secretário de Estado chegou ao Cairo na véspera do julgamento de Mursi, com o objetivo de fortalecer os laços entre Washington e Egito, aliados de longa data, mas em crise desde o golpe contra o primeiro presidente democraticamente eleito e a repressão a seus partidários.
"Nos comprometemos a trabalhar em conjunto e continuar nossa cooperação com o governo interino", declarou Kerry aos jornalistas. "Os Estados Unidos são amigos dos egípcios e do Egito, e somos parceiros".
Desde o golpe militar, Washington congelou parcialmente a sua ajuda, exacerbando a "fase crítica" em suas relações bilaterais, segundo a diplomacia egípcia.
Os Estados Unidos apoiaram durante três décadas a presidência do predecessor de Mursi - Hosni Mubarak, derrubado por uma revolta popular no início de 2011 - fazendo do país árabe mais populoso seu grande aliado para tentar manter a estabilidade na região.
Em 10 de outubro, os Estados Unidos "recalibraram" a ajuda de US$ 1,5 bilhão - sendo US$ 1,3 bilhão em ajuda militar - em represália à sangrenta repressão aos partidários do presidente islâmico Mohamed Mursi, deposto pelo Exército em 3 de julho.
Os Estados Unidos não chegaram a classificar a derrubada de Mursi como "golpe de Estado" - o que teria obrigado o governo americano a pôr fim à ajuda por lei -, mas condenaram uma repressão "lamentável", exigindo o fim do estado de emergência e eleições democráticas em 2014.
Insatisfeito com esta posição, o Egito afirmou por sua vez seu desejo de "expandir (suas) opções" em favor dos interesses nacionais", segundo o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Badr Abdelaty.
Milhares de partidários de Mursi morreram na repressão e mais de 2.000 islamitas foram presos, entre eles quase toda a direção da Irmandade Muçulmana.
Mursi responderá a partir de segunda-feira, e junto a outros 14 coacusados, por "incitação ao assassinato" de manifestantes ante o palácio presidencial em 5 de dezembro de 2012.
O Cairo foi a primeira etapa de um giro de 12 dias, e Kerry já está na Arábia Saudita, antes de visitar Israel, os Territórios Palestinos, Jordânia, Emirados Árabes Unidos, Argélia e Marrocos.
Kerry se reuniu com o presidente interino, Adly Mansur, e com novo líder do país, o chefe do Exército, general Abdel Fattah al-Sissi, para analisar os planos de transição dos militares, que preveem um referendo sobre uma nova Constituição - que está sendo redigida - e eleições legislativas e presidenciais antes de meados de 2014.
O secretário de Estado pediu às autoridades egípcias eleições livres, justas e que incluam todas as partes", enquanto prossegue uma repressão sangrenta à Irmandade Muçulmana, confraria à qual Mursi pertence.
"Ele insistiu ainda sobre o fato de que o estado de emergência, que expira em 14 de novembro, não deve ser prorrogado", declarou à imprensa um funcionário do departamento de Estado que viaja com Kerry.
O secretário de Estado destacou que "a repressão em curso é inapropriada" e que as autoridades egípcias devem "estender a mão à Irmandade Muçulmana e a outros" grupos que apoiam Mursi.
Kerry apelou ainda às autoridades para que protejam os direitos humanos e as liberdades.
O chefe da diplomacia americana também analisou o processo de paz entre palestinos e israelenses e disse que "os Estados Unidos farão todos os esforços possíveis para levar adiante o processo de maneira justa, de um modo equilibrado e que reflita a complexidade destes temas".
Kerry admitiu que a aceleração da colonização israelense nos territórios palestinos "alterou a percepção da seriedade com que se avança na direção certa".
Israel anunciou neste domingo licitações para a construção de 1.859 residências destinadas a colonos judeus na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, antes da visita de Kerry ao país.
O secretário de Estado chegou ao Cairo na véspera do julgamento de Mursi, com o objetivo de fortalecer os laços entre Washington e Egito, aliados de longa data, mas em crise desde o golpe contra o primeiro presidente democraticamente eleito e a repressão a seus partidários.
"Nos comprometemos a trabalhar em conjunto e continuar nossa cooperação com o governo interino", declarou Kerry aos jornalistas. "Os Estados Unidos são amigos dos egípcios e do Egito, e somos parceiros".
Desde o golpe militar, Washington congelou parcialmente a sua ajuda, exacerbando a "fase crítica" em suas relações bilaterais, segundo a diplomacia egípcia.
Os Estados Unidos apoiaram durante três décadas a presidência do predecessor de Mursi - Hosni Mubarak, derrubado por uma revolta popular no início de 2011 - fazendo do país árabe mais populoso seu grande aliado para tentar manter a estabilidade na região.
Em 10 de outubro, os Estados Unidos "recalibraram" a ajuda de US$ 1,5 bilhão - sendo US$ 1,3 bilhão em ajuda militar - em represália à sangrenta repressão aos partidários do presidente islâmico Mohamed Mursi, deposto pelo Exército em 3 de julho.
Os Estados Unidos não chegaram a classificar a derrubada de Mursi como "golpe de Estado" - o que teria obrigado o governo americano a pôr fim à ajuda por lei -, mas condenaram uma repressão "lamentável", exigindo o fim do estado de emergência e eleições democráticas em 2014.
Insatisfeito com esta posição, o Egito afirmou por sua vez seu desejo de "expandir (suas) opções" em favor dos interesses nacionais", segundo o porta-voz do ministério das Relações Exteriores, Badr Abdelaty.
Milhares de partidários de Mursi morreram na repressão e mais de 2.000 islamitas foram presos, entre eles quase toda a direção da Irmandade Muçulmana.
Mursi responderá a partir de segunda-feira, e junto a outros 14 coacusados, por "incitação ao assassinato" de manifestantes ante o palácio presidencial em 5 de dezembro de 2012.
O Cairo foi a primeira etapa de um giro de 12 dias, e Kerry já está na Arábia Saudita, antes de visitar Israel, os Territórios Palestinos, Jordânia, Emirados Árabes Unidos, Argélia e Marrocos.
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