China pede explicações à Espanha por mandado de prisão para o ex-presidente Jiang

Em Pequim

  • Goh Chai Hin/AFP

    O ex-presidente chinês Jiang Zemin

    O ex-presidente chinês Jiang Zemin

A China pediu nesta quarta-feira (20) "explicações" devido à expedição de um mandado de prisão pelos tribunais espanhóis contra o ex-presidente Jiang Zemin, acusado de "genocídio" no Tibete, advertindo que este procedimento poderia afetar as relações com Madri.

As autoridades chinesas estão cientes das informações sobre o mandado e pediram uma "explicação" à Espanha, afirmou Hong Lei, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China.

De acordo com a imprensa, a China "expressa sua forte insatisfação e firme oposição aos órgãos espanhóis competentes".

Pequim espera que as autoridades espanholas "não tomem atitudes que prejudiquem os chineses e as relações entre os países", acrescentou.

A Audiência Nacional, principal tribunal criminal espanhol, emitiu um mandado de captura internacional contra o ex-chefe de Estado e do Partido Comunista Chinês Jiang Zemin e o ex-primeiro-ministro Li Peng, valendo-se da doutrina da jurisdição universal, que permite aos tribunais julgarem violações dos direitos humanos cometidas em outros países.

A justiça espanhola se considera competente para investigar as acusações de "genocídio" porque um dos autores do processo, o tibetano exilado Thubten Wangchen, tem nacionalidade espanhola e a justiça chinesa não realizou nenhuma investigação.

O processo foi aberto em 2006, quando o Comitê de Apoio ao Tibete (CAT) e a Fundação Casa do Tibete entraram com uma ação contra cinco funcionários chineses, alegando que eles seriam responsáveis por "genocídio, crimes contra a humanidade, tortura e terrorismo" contra os tibetanos nos anos 1980 e 1990.

Em uma decisão tomada na segunda-feira e divulgada na terça, a Audiência Nacional considerou que há "evidências da participação" de Jiang, Li e outros três políticos.

Em 11 de outubro, o tribunal tinha estendido a investigação ao ex-presidente Hu Jintao, que não é protegido pela imunidade presidencial desde que deixou seu cargo, em novembro de 2012.

Hong, o porta-voz da diplomacia chinesa, culpou os "separatistas tibetanos" por lançar mão de "rumores" e "calúnias" para fazer "falsas acusações" contra a China. "Estes meios estão fadados ao fracasso. A posição da China sobre as questões relacionadas ao Tibete é clara e consistente ", disse.

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