Ex-primeiro ministro Tony Blair oferece ajuda a acusada por escutas ilegais
O ex-primeiro-ministro britânico Tony Blair se ofereceu supostamente como conselheiro "não oficial" da principal acusada no caso de grampos ilegais do tabloide News of The World.
Em uma mensagem de Rebekah Brooks exibida no julgamento em um tribunal de Londres, a jornalista que foi chefe de redação do tabloide explica como Blair ofereceu, para ela e o proprietário da publicação, o magnata australiano Rupert Murdoch, seus serviços como conselheiro "não oficial".
A mensagem de Brooks, de julho de 2011, era dirigida a James Murdoch, filho de Rupert, e nela é possível ler: "Passei uma hora ao telefone com Tony Blair".
Em seguida descrevia alguns conselhos recebidos para enfrentar o escândalo provocado pelos métodos do tabloide. Concluía com Blair "está a sua disposição, a de KRM (Rupert Murdoch) e minha como conselheiro não oficial, mas tem que ficar entre nós".
Blair, trabalhista, foi primeiro-ministro entre 1997 e 2007.
O News of the World foi o tabloide mais vendido da Grã-Bretanha, graças em grande parte às notícias exclusivas sobre a vida privada dos famosos.
Ao que tudo indica, muitos furos eram obtidos com grampos ilegais de conversas telefônicas privadas.
Dois ex-chefes de redação do News of the World, Andy Coulson e Rebekah Brooks, e outras seis pessoas são julgados desde 28 de outubro em Londres pelo caso, que inclui o acesso e eliminação de todas as mensagens de voz do telefone de uma jovem desaparecida que havia sido assassinada.
Murdoch acabou com o News of the World em 10 de julho de 2011, após 168 anos de existência, quando a situação ficou insustentável com a revelação dos métodos da publicação.
Um dia depois, Brooks, que foi uma das pessoas mais poderosas da imprensa britânica, escreveu a mensagem sobre a suposta oferta de Blair. Quatro dias mais tarde pediu demissão e em 17 de julho de 2011 foi detida.