Sudão do Sul: presidente e líder rebelde prometem fim do conflito em 24h
ADIS ABEBA, 09 Mai 2014 (AFP) - O presidente do Sudão do Sul, Salva Kiir, e seu ex-vice-presidente Riek Machar, apertaram as mãos nesta sexta-feira em Adis Abeba, depois de chegarem a um acordo para "pôr fim às hostilidades".
No documento, também assinado pelo primeiro-ministro etíope, Hailemariam Desalegn, anfitrião das negociações, os dois dirigentes "concordaram que todas as atividades hostis vão cessar nas próximas 24 horas", declarou Seyum Mesfin, um dos responsáveis pela mediação.
Um difícil acordo de cessar-fogo entre as partes já havia sido negociado e assinado em 23 de janeiro na capital etíope, promovido pela Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (Igad, na sigla em inglês), uma organização sub-regional do leste africano, e nunca foi respeitado.
No novo texto, explicou Seyum Mesfin, os envolvidos também "concordaram que um governo de transição oferece as melhores chances ao povo do Sudão do Sul", em referência a eleições próximas, ainda sem data específica.
O acordo assinado nesta sexta à noite também prevê "a abertura de corredores humanitários (...) e a cooperação com as agências humanitárias e da ONU, com o objetivo de garantir que a ajuda humanitária atinja todas as áreas do Sudão do Sul", completou Seyum Mesfin.
Esse ex-ministro etíope das Relações Exteriores e um dos principais negociadores da Igad, felicitou Kiir e Machar por terem "posto fim à guerra".
"Os combates vão terminar", garantiu.
O secretário americano de Estado, John Kerry, declarou que "o acordo de hoje para deter imediatamente os combates e negociar um governo de transição pode marcar um passo importante para o futuro do Sudão do Sul".
"Pedimos aos dois líderes que adotem medidas imediatas para garantir que este acordo seja implementado plenamente e que os grupos armados de ambas as partes aceitem seus termos".
O presidente Kiir e Machar, que hoje é um dos líderes de uma rebelião contra o governo, falaram com os jornalistas separadamente após um dia de negociações indiretas. Depois, eles se encontraram e apertaram as mãos um do outro pela primeira vez desde o início do conflito entre o Exército e os rebeldes nesse jovem país, independente desde julho de 2011.
Tendo a rivalidade de Kiir e Machar como pano de fundo, o conflito no Sudão do Sul já deixou milhares de mortos e forçou mais de 1,2 milhão de sul-sudaneses a deixar seus lares.
À rivalidade política somaram-se velhos rancores entre os povos dinka e nuer, dos quais Kiir e Machar são oriundos, e os combates acabaram seguidos de massacres e atrocidades contra civis, cometidos por ambos os lados com base em critérios étnicos.
Recentemente, ONU e Estados Unidos alertaram para os riscos de "genocídio" e "fome" no país, colocando Kiir e Machar sob intensa pressão diplomática.
Washington chegou a ameaçar os dois dirigentes com sanções e, na última terça, impôs as primeiras medidas contra dois generais de um e de outro lado. Segundo o secretário de Estado americano, John Kerry, em declarações à imprensa em 6 de maio, "ambos (os generais) foram responsáveis por atos inconcebíveis de violência contra os civis".
Um dos generais punidos, Peter Gadet, pertencia ao comando das tropas rebeldes, enquanto o outro, Marial Chinoum, é um dos líderes das forças leais ao Exército de Libertação do Povo do Sudão. Quaisquer bens que ambos tenham nos Estados Unidos serão congelados.
"Estou feliz que tenhamos assinado esse acordo esta noite", declarou Machar à imprensa.
Riek Machar passou à clandestinidade após ter sido acusado, em meados de dezembro, de tentativa de golpe de Estado, quando os confrontos explodiram no Exército sul-sudanês entre as tropas leais a cada um dos líderes.
str-ayv/tt/dm/lr
No documento, também assinado pelo primeiro-ministro etíope, Hailemariam Desalegn, anfitrião das negociações, os dois dirigentes "concordaram que todas as atividades hostis vão cessar nas próximas 24 horas", declarou Seyum Mesfin, um dos responsáveis pela mediação.
Um difícil acordo de cessar-fogo entre as partes já havia sido negociado e assinado em 23 de janeiro na capital etíope, promovido pela Autoridade Intergovernamental para o Desenvolvimento (Igad, na sigla em inglês), uma organização sub-regional do leste africano, e nunca foi respeitado.
No novo texto, explicou Seyum Mesfin, os envolvidos também "concordaram que um governo de transição oferece as melhores chances ao povo do Sudão do Sul", em referência a eleições próximas, ainda sem data específica.
O acordo assinado nesta sexta à noite também prevê "a abertura de corredores humanitários (...) e a cooperação com as agências humanitárias e da ONU, com o objetivo de garantir que a ajuda humanitária atinja todas as áreas do Sudão do Sul", completou Seyum Mesfin.
Esse ex-ministro etíope das Relações Exteriores e um dos principais negociadores da Igad, felicitou Kiir e Machar por terem "posto fim à guerra".
"Os combates vão terminar", garantiu.
O secretário americano de Estado, John Kerry, declarou que "o acordo de hoje para deter imediatamente os combates e negociar um governo de transição pode marcar um passo importante para o futuro do Sudão do Sul".
"Pedimos aos dois líderes que adotem medidas imediatas para garantir que este acordo seja implementado plenamente e que os grupos armados de ambas as partes aceitem seus termos".
O presidente Kiir e Machar, que hoje é um dos líderes de uma rebelião contra o governo, falaram com os jornalistas separadamente após um dia de negociações indiretas. Depois, eles se encontraram e apertaram as mãos um do outro pela primeira vez desde o início do conflito entre o Exército e os rebeldes nesse jovem país, independente desde julho de 2011.
Tendo a rivalidade de Kiir e Machar como pano de fundo, o conflito no Sudão do Sul já deixou milhares de mortos e forçou mais de 1,2 milhão de sul-sudaneses a deixar seus lares.
À rivalidade política somaram-se velhos rancores entre os povos dinka e nuer, dos quais Kiir e Machar são oriundos, e os combates acabaram seguidos de massacres e atrocidades contra civis, cometidos por ambos os lados com base em critérios étnicos.
Recentemente, ONU e Estados Unidos alertaram para os riscos de "genocídio" e "fome" no país, colocando Kiir e Machar sob intensa pressão diplomática.
Washington chegou a ameaçar os dois dirigentes com sanções e, na última terça, impôs as primeiras medidas contra dois generais de um e de outro lado. Segundo o secretário de Estado americano, John Kerry, em declarações à imprensa em 6 de maio, "ambos (os generais) foram responsáveis por atos inconcebíveis de violência contra os civis".
Um dos generais punidos, Peter Gadet, pertencia ao comando das tropas rebeldes, enquanto o outro, Marial Chinoum, é um dos líderes das forças leais ao Exército de Libertação do Povo do Sudão. Quaisquer bens que ambos tenham nos Estados Unidos serão congelados.
"Estou feliz que tenhamos assinado esse acordo esta noite", declarou Machar à imprensa.
Riek Machar passou à clandestinidade após ter sido acusado, em meados de dezembro, de tentativa de golpe de Estado, quando os confrontos explodiram no Exército sul-sudanês entre as tropas leais a cada um dos líderes.
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