Exército entra em Uagadugu e negocia com golpistas de Burkina Fasso

Em Uagadugu (Burkina Faso)

  • Joe Penney/Reuters

    Manifestantes protestam ao lado de barricada em rua da capital de Burkina Fasso, Uagadugu no sábado (19)

    Manifestantes protestam ao lado de barricada em rua da capital de Burkina Fasso, Uagadugu no sábado (19)

O Exército de Burkina Fasso entrou sem resistência em Uagadugu na noite desta segunda-feira (21) e negocia a rendição dos golpistas da guarda presidencial, que derrubaram na semana passada o presidente interino, Michel Kafando.

"Todos os corpos [mobilizados para marchar sobre a capital] entraram em Uagadugu" durante a noite, declarou à AFP o coronel Serge Alain Ouédraogo, vice-chefe da Polícia Nacional.

"Agora é preciso obter a rendição do RSP [Regimento de Segurança Presidencial] sem disparos e derramamento de sangue. Pedimos que deponham as armas."

O chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general Pingrenoma Zagré, "convidou" os integrantes do RSP a deporem as armas e pediu ao resto do Exército evitar qualquer enfrentamento e "assegurar uma boa acolhida aos irmãos do RSP".

O RSP, unidade de elite com 1.300 efetivos, tomou o poder acusando as autoridades de distorcer o período de transição ao excluir das eleições previstas para outubro os partidários do ex-presidente Blaise Compaoré, deposto, por sua vez, no ano passado.

Kafando "encontra-se na residência da França", anunciou na noite desta segunda-feira no Twitter o embaixador francês no país, Gilles Thibault.

Os militares golpistas da guarda presidencial detiveram Kafando na quarta-feira passada em plena reunião do conselho de ministros e anunciaram em seguida sua libertação após uma mediação dos Estados da África do Oeste. Desde então, ele estava em prisão domiciliar.

Diante da situação, o departamento de Estado dos Estados Unidos alertou os cidadãos americanos para que evitem viagens a Burkina Fasso e aconselhou os que já estão no país a partir o mais cedo possível.

As famílias do corpo diplomático e o pessoal da embaixada "não emergencial" devem abandonar Burkina Fasso, destacou o departamento de Estado.

"A embaixada dos Estados Unidos em Uagadugu funcionará com pessoal reduzido, mas prosseguirá com os serviços consulares de emergência aos cidadãos americanos".

Burkina Fasso, país africano com 17 milhões de habitantes, encravado no coração da região do Sahel, viveu desde sua independência, em 1960, muitos golpes de Estado militares.

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