Situação alarmante para milhares de sírios na fronteira com a Jordânia
Amã, 29 Jun 2016 (AFP) - A situação humanitária se deteriora para os 70.000 refugiados sírios na fronteira jordaniana devido ao bloqueio há uma semana do transporte de ajuda a um acampamento considerado por Amã um enclave do grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
As organizações humanitárias afirmam que não têm acesso ao acampamento de Rokban desde o atentado suicida de 21 de junho que matou sete militares jordanianos nesta zona desértica do nordeste do país.
Horas depois do atentado, reivindicado pelo EI, o exército jordaniano declarou suas fronteiras com a Síria "zona militar fechada", bloqueando assim o acesso às ONGs.
"Desde o atentado, todas as atividades humanitárias foram suspensas até nova ordem", lamenta Shaza Moghrabi, porta-voz do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PAM) na Jordânia.
"Uma suspensão prolongada da ajuda colocaria em risco a vida daqueles que estão bloqueados na fronteira", advertiu.
Mas, para Amã, "a segurança nacional tem prioridade sobre qualquer outra consideração", afirma à AFP o porta-voz do governo, Mohamed Momani.
As autoridades estão "convencidas de que a zona na qual os refugiados se reúnem se converteu em uma guarida para o Daesh (acrônimo do EI em árabe)", afirma.
Em meio a uma paisagem lunar, os refugiados "suportam condições climáticas muito difíceis, com um calor sufocante e tempestades de areia frequentes", afirma Moghrabi.
Situação miserávelA comida fica escassa, lamenta. O PAM - diz - está negociando com as autoridades jordanianas e com outras organizações humanitárias em busca de uma solução para a crise.
Também não há água suficiente, algo muito problemático em uma região desértica com temperaturas de mais de 40 graus Celsius.
É "uma situação humanitária miserável", descreve Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH). A fonte de água mais próxima se encontra a uma dezena de quilômetros.
Em uma semana, as autoridades abriram o acesso para o transporte de água e a Unicef pôde enviar caminhões-tanque, afirmou Andrew Harper, representante do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) na Jordânia, para quem o principal problema agora é a comida.
Segundo Hala Shamlawi, porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) na Jordânia, as redes mafiosas aproveitam para vender água e alimentos a preços exorbitantes.
"Estas condições difíceis podem levar os (refugiados) bloqueados a retornar ao interior da Síria", onde a guerra deixou mais de 280.000 mortos e milhões de deslocados desde 2011, advertiu.
Quem é o responsável?"Os refugiados estão buscando outro abrigo na Síria, em zonas controladas pelo regime, mas têm medo de ser detidos", declarou Abdel Rahmane à AFP.
Gerry Simpson, da Human Rights Watch (HRW), convocou as autoridades jordanianas a acolher refugiados como vinham fazendo e a reabrir as fronteiras para a passagem de ajuda.
"A Jordânia será completamente responsável por qualquer dano que estas pessoas possam sofrer na zona por desidratação, falta de comida ou cuidados médicos", disse à AFP.
O porta-voz do governo estima, no entanto, que seria "responsabilidade da comunidade internacional, e não apenas da Jordânia".
msh-ila/cmk/hj/erl.
As organizações humanitárias afirmam que não têm acesso ao acampamento de Rokban desde o atentado suicida de 21 de junho que matou sete militares jordanianos nesta zona desértica do nordeste do país.
Horas depois do atentado, reivindicado pelo EI, o exército jordaniano declarou suas fronteiras com a Síria "zona militar fechada", bloqueando assim o acesso às ONGs.
"Desde o atentado, todas as atividades humanitárias foram suspensas até nova ordem", lamenta Shaza Moghrabi, porta-voz do Programa Mundial de Alimentos das Nações Unidas (PAM) na Jordânia.
"Uma suspensão prolongada da ajuda colocaria em risco a vida daqueles que estão bloqueados na fronteira", advertiu.
Mas, para Amã, "a segurança nacional tem prioridade sobre qualquer outra consideração", afirma à AFP o porta-voz do governo, Mohamed Momani.
As autoridades estão "convencidas de que a zona na qual os refugiados se reúnem se converteu em uma guarida para o Daesh (acrônimo do EI em árabe)", afirma.
Em meio a uma paisagem lunar, os refugiados "suportam condições climáticas muito difíceis, com um calor sufocante e tempestades de areia frequentes", afirma Moghrabi.
Situação miserávelA comida fica escassa, lamenta. O PAM - diz - está negociando com as autoridades jordanianas e com outras organizações humanitárias em busca de uma solução para a crise.
Também não há água suficiente, algo muito problemático em uma região desértica com temperaturas de mais de 40 graus Celsius.
É "uma situação humanitária miserável", descreve Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH). A fonte de água mais próxima se encontra a uma dezena de quilômetros.
Em uma semana, as autoridades abriram o acesso para o transporte de água e a Unicef pôde enviar caminhões-tanque, afirmou Andrew Harper, representante do Alto Comissariado da ONU para os Refugiados (ACNUR) na Jordânia, para quem o principal problema agora é a comida.
Segundo Hala Shamlawi, porta-voz do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) na Jordânia, as redes mafiosas aproveitam para vender água e alimentos a preços exorbitantes.
"Estas condições difíceis podem levar os (refugiados) bloqueados a retornar ao interior da Síria", onde a guerra deixou mais de 280.000 mortos e milhões de deslocados desde 2011, advertiu.
Quem é o responsável?"Os refugiados estão buscando outro abrigo na Síria, em zonas controladas pelo regime, mas têm medo de ser detidos", declarou Abdel Rahmane à AFP.
Gerry Simpson, da Human Rights Watch (HRW), convocou as autoridades jordanianas a acolher refugiados como vinham fazendo e a reabrir as fronteiras para a passagem de ajuda.
"A Jordânia será completamente responsável por qualquer dano que estas pessoas possam sofrer na zona por desidratação, falta de comida ou cuidados médicos", disse à AFP.
O porta-voz do governo estima, no entanto, que seria "responsabilidade da comunidade internacional, e não apenas da Jordânia".
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