Putin ordena reforço da capacidade nuclear russa
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, ordenou nesta quinta-feira (22) o reforço em 2017 da capacidade nuclear do país, com a ajuda de mísseis que tenham a capacidade de atravessar qualquer escudo.
"É necessário reforçar a capacidade militar das forças nucleares estratégicas, sobretudo com a ajuda de sistemas de mísseis capazes de atravessar sistemas de defesa antimísseis existentes ou futuros", declarou Putin durante uma reunião com comandantes do exército russo, informaram as agências locais.
O chefe de Estado russo já havia anunciado em junho de 2015 a implantação de mais de 40 novos mísseis balísticos intercontinentais, com capacidade para "atravessar os sistemas de defesa antiaérea mais sofisticados", depois que Washington anunciou o plano de instalar armamento pesado no leste da Europa.
A Rússia demonstra preocupação com a instalação, na Romênia e na Polônia, de elementos do escudo antimísseis norte-americano, que Moscou denuncia como uma tentativa de reduzir sua capacidade de dissuasão nuclear.
As acusações são desmentidas por Washington, que afirma que o escudo pretende proteger a Europa de uma possível ameaça iraniana.
"Temos que prestar atenção a qualquer mudança no equilíbrio de forças e da situação politico-militar no mundo e, sobretudo, nas fronteiras russas. E corrigir a tempo nossos planos para eliminar as possíveis ameaças contra nosso país", disse Putin.
O presidente considera que a Rússia já levou adiante "60%" da modernização de suas forças nucleares, compostas de bombardeiros estratégicos, mísseis balísticos intercontinentais e submarinos nucleares.
A última doutrina militar russa, de dezembro de 2014, não menciona a possibilidade de um "ataque preventivo" com o uso de mísseis nucleares. Moscou se reserva o direito de utilizar seu arsenal em caso de agressão contra o país ou seus aliados ou no caso de "ameaça contra a existência do Estado" russo.
Putin acusou em junho a Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte, aliança militar liderada pelos Estados Unidos) de desejar levar o país a uma "frenética" corrida armamentista e de romper "o equilíbrio militar" em vigor na Europa desde a queda da da URSS.
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