'Lava Jato' investiga propinas milionárias a senadores do PMDB
Rio de Janeiro, 23 Fev 2017 (AFP) - A Polícia Federal está à procura de dois foragidos investigados por pagar propinas no valor total de 40 milhões de dólares a senadores do PMDB, do presidente Michel Temer, entre outros funcionários, como parte do Petrolão.
A operação Blackout, 38ª fase da 'Lava Jato', foi lançada nesta quinta-feira no Rio de Janeiro, onde foram feitas operações de busca e apreensão de documentos e provas, mas os operadores financeiros Jorge e Bruno Luz - pai e filho - não foram localizados.
O Ministério Público do Paraná, que acompanha o caso, indicou a emissão de um mandado de prisão através da Interpol, uma vez que ambos foram vistos pela última vez em Miami, nos Estados Unidos.
"Sabemos que o dinheiro era destinado a atores políticos (...) dinheiro de corrupção, subornos, para enriquecimento pessoal de políticos. São pessoas que ainda ocupam seus cargos, que gozam de privilégios, senadores, principalmente", declarou o procurador Diogo Castor de Mattos durante coletiva de imprensa em Curitiba.
"A principal atuação destes operadores era na área internacional da Petrobras que, como sabemos exaustivamente, eram indicações do PMDB", acrescentou, referindo-se ao partido de Temer, vinculado ao esquema político montado para dividir os negócios da empresa e desviar dinheiro público.
De acordo com as investigações, os Luz eram o elo entre as empresas que assinavam contratos com a Petrobras e os executivos da companhia que autorizavam as obras e depois distribuíam os fundos.
O juiz federal Sérgio Moro ordenou as prisões depois de encontrar evidências de que participaram "na intermediação de subornos em pelo menos cinco episódios."
Estão sob investigação os contratos assinados pela americana Sargent Marine para o fornecimento de asfalto, pelo grupo Schahin para a operação de navios sonda e um para a venda da participação da Petrobras na transportadora de energia argentina Transener a Electroingeniería, entre outros.
Em uma declaração pública, o presidente do PMDB, o senador Romero Jucá, afirmou que "aqueles que estão envolvidos nesta operação não estão relacionados com o partido e nunca foram autorizados a falar em nome do PMDB".
Foro privilegiadoParte do caso será enviado ao procurador-geral em Brasília porque envolve políticos com foro privilegiado, que só podem ser investigados por este órgão e, eventualmente, julgados pelo Supremo Tribunal Federal.
Esta nova fase da Operação Lava Jato aponta para a existência de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
O procurador Castor de Mattos informou que os Luz, que teriam usado contas na Suíça e nas Bahamas para transferir subornos, "fugiram recentemente para o exterior, tendo dupla nacionalidade".
O pedido de captura expedido pelo juiz Moro indica que Jorge Luz teria pago subornos ao ex-presidente do Senado, Renan Calheiros, um aliado de Temer, que também negou em um comunicado "eventuais irregularidades em suas contas".
O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (2007-2014, do PMDB) foi preso em novembro como parte de uma ramificação da investigação da Lava Jato, acusado de corrupção.
Esta operação já levou à prisão dezenas de políticos e empresários, revelando uma enorme rede de corrupção.
csc-dw/mr/mvv
A operação Blackout, 38ª fase da 'Lava Jato', foi lançada nesta quinta-feira no Rio de Janeiro, onde foram feitas operações de busca e apreensão de documentos e provas, mas os operadores financeiros Jorge e Bruno Luz - pai e filho - não foram localizados.
O Ministério Público do Paraná, que acompanha o caso, indicou a emissão de um mandado de prisão através da Interpol, uma vez que ambos foram vistos pela última vez em Miami, nos Estados Unidos.
"Sabemos que o dinheiro era destinado a atores políticos (...) dinheiro de corrupção, subornos, para enriquecimento pessoal de políticos. São pessoas que ainda ocupam seus cargos, que gozam de privilégios, senadores, principalmente", declarou o procurador Diogo Castor de Mattos durante coletiva de imprensa em Curitiba.
"A principal atuação destes operadores era na área internacional da Petrobras que, como sabemos exaustivamente, eram indicações do PMDB", acrescentou, referindo-se ao partido de Temer, vinculado ao esquema político montado para dividir os negócios da empresa e desviar dinheiro público.
De acordo com as investigações, os Luz eram o elo entre as empresas que assinavam contratos com a Petrobras e os executivos da companhia que autorizavam as obras e depois distribuíam os fundos.
O juiz federal Sérgio Moro ordenou as prisões depois de encontrar evidências de que participaram "na intermediação de subornos em pelo menos cinco episódios."
Estão sob investigação os contratos assinados pela americana Sargent Marine para o fornecimento de asfalto, pelo grupo Schahin para a operação de navios sonda e um para a venda da participação da Petrobras na transportadora de energia argentina Transener a Electroingeniería, entre outros.
Em uma declaração pública, o presidente do PMDB, o senador Romero Jucá, afirmou que "aqueles que estão envolvidos nesta operação não estão relacionados com o partido e nunca foram autorizados a falar em nome do PMDB".
Foro privilegiadoParte do caso será enviado ao procurador-geral em Brasília porque envolve políticos com foro privilegiado, que só podem ser investigados por este órgão e, eventualmente, julgados pelo Supremo Tribunal Federal.
Esta nova fase da Operação Lava Jato aponta para a existência de crimes de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.
O procurador Castor de Mattos informou que os Luz, que teriam usado contas na Suíça e nas Bahamas para transferir subornos, "fugiram recentemente para o exterior, tendo dupla nacionalidade".
O pedido de captura expedido pelo juiz Moro indica que Jorge Luz teria pago subornos ao ex-presidente do Senado, Renan Calheiros, um aliado de Temer, que também negou em um comunicado "eventuais irregularidades em suas contas".
O ex-governador do Rio de Janeiro Sérgio Cabral (2007-2014, do PMDB) foi preso em novembro como parte de uma ramificação da investigação da Lava Jato, acusado de corrupção.
Esta operação já levou à prisão dezenas de políticos e empresários, revelando uma enorme rede de corrupção.
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