Escócia adia votação sobre referendo separatista
O parlamento escocês suspendeu nesta quarta-feira (22) um debate crucial sobre a autorização a referendo separatista, depois do ataque terrorista cometido em Londres.
"Em função do fato de nosso parlamento irmão ter sofrido um sério incidente afeta este debate em particular", explicou a presidente da assembleia escocesa, Ken Macintosh, em referência ao ataque em Westminster, em pleno coração de Londres.
O Parlamento da Escócia, onde os nacionalistas são a primeira força, mas sem maioria absoluta, ia votar o pedido de um segundo referendo de independência.
Se os deputados verdes apoiarem a solicitação da primeira-ministra regional Nicola Sturgeon, a demanda prosperará e o governo da primeira-ministra britânica Theresa May terá que decidir se concede o segundo plebiscito de independência da região do norte.
May, no entanto, já afirmou que não aceita que o referendo aconteça no prazo desejado por Sturgeon, entre o fim de 2018 e o início de 2019, porque a perspectiva de uma ruptura teria um impacto negativo nas negociações de saída da União Europeia (UE), que estarão próximas do fim ou teriam acabado recentemente no período citado.
A Escócia rejeitou a independência no referendo de setembro de 2014 (55%-45%), mas o Partido Nacional Escocês (SNP) de Sturgeon acredita que a saída da UE - contra a opinião da maioria dos escoceses - exige que o país se pronuncie novamente sobre sua aliança com o restante do Reino Unido - Inglaterra, Gales e Irlanda do Norte.
May acusou na sexta-feira o SNP de praticar um "nacionalismo obsessivo e que provoca divisão". Ela defendeu a "preciosa união" que sustenta o país e disse que "não é o momento" para outro plebiscito.
Nos últimos dias, Sturgeon deu a entender que está aberta a mudar a data dentro de "limites razoáveis".
Apesar da mudança de circunstâncias com a vitória do Brexit no referendo de 23 de junho de 2016, as pesquisas não apontam um apoio majoritário dos escoceses à independência.
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