Anistia Internacional: civis sírios de Raqa estão em 'labirinto mortal'
Beirute, 24 Ago 2017 (AFP) - Os civis presentes na cidade síria de Raqa, bastião do grupo Estado Islâmico (EI), estão presos em um "labirinto mortal" por causa dos intensos combates para expulsar os extremistas, alerta a Anistia Internacional.
A ONU estima que após a fuga de milhares de civis ainda há outros 25.000 na cidade, em meio a minas e a franco-atiradores.
"À medida que se intensifica a batalha para conquistar Raqa do EI, milhares de civis se encontram presos em um labirinto mortal sob um fogo cruzado de todas as partes", afirma uma conselheira para situações de crise da Anistia, Donatella Rovera.
Desde a sua entrada, em junho passado, na "capital" do EI na Síria, as Forças Democráticas Sírias (FDS) - aliança árabe-curda apoiada pelos Estados Unidos - expulsaram a organização extremista mais temida do mundo de 60% da cidade, conquistada pelos jihadistas em 2014.
"As FDS e as forças norte-americanas devem redobrar esforços para proteger os civis, evitando sobretudo os bombardeios cegos e desproporcionais, e criando rotas de saída seguras", acrescentou Rovera.
Desde 14 de agosto, o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) registrou a morte de 167 civis pelos bombardeios da coalizão dirigida pelos Estados Unidos.
A coalizão garante tomar todas as precauções para evitar causar vítimas civis, embora no início de agosto tenha admitido a morte de 624 civis nos bombardeios na Síria e no Iraque desde o início dos mesmos, em 2014.
Algumas organizações afirmam que o número real é muito maior.
A coalizão também admitiu que a quantidade de bombardeios aumentou em Raqa, sobretudo depois da expulsão, no mês passado, do EI de seu bastião iraquiano de Mossul.
- 'Fim do mundo' -A Anistia criticou os métodos de investigação da coalizão, que segundo a ONG evitam interrogar testemunhas diretas no local.
"Basear-se em uma metodologia tão restrita conduz a coalizão a descartar a uma maioria de informes considerados pouco confiáveis ou pouco conclusivos e, portanto, concluir que as vítimas civis só representam 0,31% dos mortos em todos os bombardeios".
Além dos bombardeios aéreos, os civis de Raqa se encontram sob a ameaça do fogo intenso de artilharia sobre setores densamente povoados ou que ainda estão nas mãos do EI.
Em um incidente que a Anistia investigou, doze bombas atingiram um imóvel residencial, matando pelo menos 12 pessoas, entre elas uma criança.
"Era indescritível. Como o fim do mundo", afirma uma testemunha citada pela organização.
A Anistia pediu a criação de um mecanismo de investigação independente e imparcial para examinar as informações sobre as vítimas civis.
Assegura que o EI tenta utilizar civis como escudos humanos. Habitantes que fugiram da cidade também ficaram presos sob o fogo de franco-atiradores do EI, segundo a ONG.
"No entanto, as violações cometidas pelo EI não eximem os outros beligerantes das obrigações legais de proteger os civis", adverte Rovera.
Inclusive fora da cidade, os civis são alvo de ataques nos acampamentos informais do sul de Raqa, por parte das forças do regime que utilizam bombas de fragmentação, proibidas internacionalmente, acrescentou a Anistia.
A ONU estima que após a fuga de milhares de civis ainda há outros 25.000 na cidade, em meio a minas e a franco-atiradores.
"À medida que se intensifica a batalha para conquistar Raqa do EI, milhares de civis se encontram presos em um labirinto mortal sob um fogo cruzado de todas as partes", afirma uma conselheira para situações de crise da Anistia, Donatella Rovera.
Desde a sua entrada, em junho passado, na "capital" do EI na Síria, as Forças Democráticas Sírias (FDS) - aliança árabe-curda apoiada pelos Estados Unidos - expulsaram a organização extremista mais temida do mundo de 60% da cidade, conquistada pelos jihadistas em 2014.
"As FDS e as forças norte-americanas devem redobrar esforços para proteger os civis, evitando sobretudo os bombardeios cegos e desproporcionais, e criando rotas de saída seguras", acrescentou Rovera.
Desde 14 de agosto, o Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH) registrou a morte de 167 civis pelos bombardeios da coalizão dirigida pelos Estados Unidos.
A coalizão garante tomar todas as precauções para evitar causar vítimas civis, embora no início de agosto tenha admitido a morte de 624 civis nos bombardeios na Síria e no Iraque desde o início dos mesmos, em 2014.
Algumas organizações afirmam que o número real é muito maior.
A coalizão também admitiu que a quantidade de bombardeios aumentou em Raqa, sobretudo depois da expulsão, no mês passado, do EI de seu bastião iraquiano de Mossul.
- 'Fim do mundo' -A Anistia criticou os métodos de investigação da coalizão, que segundo a ONG evitam interrogar testemunhas diretas no local.
"Basear-se em uma metodologia tão restrita conduz a coalizão a descartar a uma maioria de informes considerados pouco confiáveis ou pouco conclusivos e, portanto, concluir que as vítimas civis só representam 0,31% dos mortos em todos os bombardeios".
Além dos bombardeios aéreos, os civis de Raqa se encontram sob a ameaça do fogo intenso de artilharia sobre setores densamente povoados ou que ainda estão nas mãos do EI.
Em um incidente que a Anistia investigou, doze bombas atingiram um imóvel residencial, matando pelo menos 12 pessoas, entre elas uma criança.
"Era indescritível. Como o fim do mundo", afirma uma testemunha citada pela organização.
A Anistia pediu a criação de um mecanismo de investigação independente e imparcial para examinar as informações sobre as vítimas civis.
Assegura que o EI tenta utilizar civis como escudos humanos. Habitantes que fugiram da cidade também ficaram presos sob o fogo de franco-atiradores do EI, segundo a ONG.
"No entanto, as violações cometidas pelo EI não eximem os outros beligerantes das obrigações legais de proteger os civis", adverte Rovera.
Inclusive fora da cidade, os civis são alvo de ataques nos acampamentos informais do sul de Raqa, por parte das forças do regime que utilizam bombas de fragmentação, proibidas internacionalmente, acrescentou a Anistia.
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