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Hezbollah saúda discurso 'positivo' de Hariri

23/11/2017 15h40

Beirute, 23 Nov 2017 (AFP) - O Hezbollah pró-Irã saudou nesta quinta-feira (23) o retorno do primeiro-ministro Saad Hariri, protegido da Arábia Saudita, ao Líbano, considerando "positivas" suas afirmações sobre a abertura a um diálogo entre os grupos rivais.

Em 4 de novembro, Hariri causou comoção ao renunciar ao cargo, em Riad, invocando a influência do Irã e do Hezbollah nos assuntos libaneses e sua ingerência nos conflitos da região.

Após uma estadia enigmática na Arábia Saudita, Hariri retornou na terça-feira a Beirute, onde anunciou que suspendia sua renúncia à espera de consultas sobre assuntos difíceis com o movimento armado Hezbollah, força muito importante da política libanesa.

O partido "expressa sua grande satisfação frente aos novos feitos políticos", indicou um comunicado do grupo parlamentar do Hezbollah. "O retorno do chefe de governo, suas declarações positivas e o processo de consultas deixam entrever a possibilidade de um retorno à normalidade".

Em seu retorno, Hariri pediu para afastar o Líbano dos conflitos no Oriente Médio e adotar uma "política de distanciamento", enquanto o Hezbollah está muito comprometido com a guerra na vizinha Síria, ao lado do governo.

A renúncia de Hariri foi interpretada como um novo pulso entre os padrinhos regionais de ambos os grupos rivais no Líbano: a Arábia Saudita sunita e o Irã xiita.

Mal visto por Estados Unidos, Israel e Arábia Saudita, o Hezbollah é o único partido libanês que não entregou suas armas após o fim da guerra civil (1975-1990).

Seu poderoso arsenal é o principal ponto de discórdia entre os setores libaneses, pois os críticos do movimento, acusado de ser um Estado dentro do Estado, consideram que se trata de um meio para impor sua vontade no país.