Chanceler britânico defende parceria com a Rússia apesar de divergências
Moscou, 22 dez 2017 (AFP) - Os chefes da diplomacia britânica Boris Johnson e russa Sergei Lavrov asseguraram nesta sexta-feira que desejam "avançar", apesar das múltiplas divergências após anos de relações tensas.
A primeira visita de um ministro das Relações Exteriores britânico em mais de cinco anos resultou, depois de uma reunião de uma hora e meia, em uma coletiva de imprensa que rapidamente se transformou em uma disputa verbal sobre acusações de interferência contra Moscou.
Sergei Lavrov insistiu na ausência de qualquer prova da interferência russa a favor de uma saída da União Europeia no referendo de junho de 2016. Johnson imediatamente se corrigiu, apontando não ter nenhuma prova de uma "interferência bem sucedida" e citando "inúmeras provas da interferência russa nas eleições na Alemanha, Dinamarca, França e Estados Unidos".
Os dois homens, no entanto, concordaram que Moscou e Londres deveriam tentar superar as dificuldades de anos de tensão, começando com a morte por envenenamento do ex-agente russo Alexander Litvinenko em Londres em 2006 e mais recentemente pelo conflito sírio e a crise na Ucrânia.
"Temos que encontrar uma maneira de avançar", disse Boris Johnson.
"Estamos prontos para desenvolver um diálogo sobre uma ampla gama de questões", garantiu Lavrov, enfatizando a cooperação cultural e econômica entre os dois países, apesar das sanções.
"É infelizmente verdade que nossas relações não foram boas nos anos 1990 e 2000, e que atualmente atravessam um mau momento. Mas seria inútil não fazer nada e reclamar", ressaltou Johnson.
Os dois ministros discutiram duas questões em que os seus pontos de vista se opõem fortemente: a Ucrânia, onde Londres acusa Moscou de apoiar os separatistas pró-russos no leste, e a Síria, onde a Rússia é criticada por seu apoio ao regime de Damasco.
"Não podemos ignorar as dificuldades e fingir que elas não existem", afirmou Johnson, dizendo estar pronto para "cooperar em questões que importam para o mundo".
"Acredito que há coisas que podemos fazer juntos", principalmente sobre a questão norte-coreana, o acordo nuclear iraniano e a solução para o conflito sírio.
Johnson também elogiou a cooperação com a Rússia em vista da Copa do Mundo de Futebol de 2018, bem como "sinais de progresso econômico", citando as vendas de Bentley ou chips britânicos na Rússia.
A visita de Boris Johnson à Rússia é a primeira de um chefe da diplomacia britânica e, cinco anos, um sinal do estado catastrófico das relações entre as duas capitais. Londres já havia dito na quinta-feira que Johnson pressionaria seu colega a "parar suas atividades desestabilizadoras", de acordo com uma declaração do Foreign Office.
Em novembro, a primeira-ministra britânica Theresa May denunciou atos "hostis" da Rússia, citando a crise ucraniana ou as campanhas de "ciberespionagem" e "interferência" durante os processos eleitorais.
oc-pop/gmo/roc/mr
A primeira visita de um ministro das Relações Exteriores britânico em mais de cinco anos resultou, depois de uma reunião de uma hora e meia, em uma coletiva de imprensa que rapidamente se transformou em uma disputa verbal sobre acusações de interferência contra Moscou.
Sergei Lavrov insistiu na ausência de qualquer prova da interferência russa a favor de uma saída da União Europeia no referendo de junho de 2016. Johnson imediatamente se corrigiu, apontando não ter nenhuma prova de uma "interferência bem sucedida" e citando "inúmeras provas da interferência russa nas eleições na Alemanha, Dinamarca, França e Estados Unidos".
Os dois homens, no entanto, concordaram que Moscou e Londres deveriam tentar superar as dificuldades de anos de tensão, começando com a morte por envenenamento do ex-agente russo Alexander Litvinenko em Londres em 2006 e mais recentemente pelo conflito sírio e a crise na Ucrânia.
"Temos que encontrar uma maneira de avançar", disse Boris Johnson.
"Estamos prontos para desenvolver um diálogo sobre uma ampla gama de questões", garantiu Lavrov, enfatizando a cooperação cultural e econômica entre os dois países, apesar das sanções.
"É infelizmente verdade que nossas relações não foram boas nos anos 1990 e 2000, e que atualmente atravessam um mau momento. Mas seria inútil não fazer nada e reclamar", ressaltou Johnson.
Os dois ministros discutiram duas questões em que os seus pontos de vista se opõem fortemente: a Ucrânia, onde Londres acusa Moscou de apoiar os separatistas pró-russos no leste, e a Síria, onde a Rússia é criticada por seu apoio ao regime de Damasco.
"Não podemos ignorar as dificuldades e fingir que elas não existem", afirmou Johnson, dizendo estar pronto para "cooperar em questões que importam para o mundo".
"Acredito que há coisas que podemos fazer juntos", principalmente sobre a questão norte-coreana, o acordo nuclear iraniano e a solução para o conflito sírio.
Johnson também elogiou a cooperação com a Rússia em vista da Copa do Mundo de Futebol de 2018, bem como "sinais de progresso econômico", citando as vendas de Bentley ou chips britânicos na Rússia.
A visita de Boris Johnson à Rússia é a primeira de um chefe da diplomacia britânica e, cinco anos, um sinal do estado catastrófico das relações entre as duas capitais. Londres já havia dito na quinta-feira que Johnson pressionaria seu colega a "parar suas atividades desestabilizadoras", de acordo com uma declaração do Foreign Office.
Em novembro, a primeira-ministra britânica Theresa May denunciou atos "hostis" da Rússia, citando a crise ucraniana ou as campanhas de "ciberespionagem" e "interferência" durante os processos eleitorais.
oc-pop/gmo/roc/mr
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.