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Quase 500 imigrantes ficam sem rumo no Mediterrâneo, em disputa entre Roma e Malta

Roma

14/07/2018 10h57

Uma nova disputa migratória teve início entre Itália e Malta depois de 450 imigrantes à deriva serem levados, neste sábado (14), a duas embarcações militares em águas italianas, ao mesmo tempo em que as autoridades italianas e maltesas discutem sobre o destino dessas pessoas.

O ministro do interior italiano, Matteo Salvini, garantiu que as duas embarcações receberam a ordem de "se dirigirem para o sul, Líbia ou Malta", durante um pronunciamento ao lado do chefe de governo, Giuseppe Conte.

"Precisamos de um ato de justiça, respeito e valentia para lutar contra os traficantes de pessoas e provocar uma intervenção europeia", afirmou Salvini, líder da Liga, de ultradireita, segundo declarações citadas por agências.

Segundo fontes da Presidência do Conselho de ministros, citadas pela imprensa italiana, Conte pretende reclamar a outros países da UE a redistribuição imediata desses imigrantes, cujo desembarque na Itália está proibido.

Após ter deixado a Líbia, um barco de madeira com 450 imigrantes foi localizado nesta sexta-feira em águas internacionais, mas na zona de intervenção maltesa.

Através de uma troca de mensagens e ligações, Roma tentou que as autoridades maltesas se responsabilizassem por esses imigrantes nesta sexta-feira.

La Valeta, contudo, respondeu que a embarcação estava mais próxima da ilha italiana de Lampedusa e que a maioria de seus tripulantes preferia chegar à costa italiana.

Neste sábado, os imigrantes foram levados a outros dois navios, e oito deles puderam desembarcar em Lampedusa por motivos médicos.

De acordo com fontes italianas, alguns imigrantes se lançaram ao mar quando viram dois navios, um italiano e outro britânico, da Frontex, o programa europeu de controle das fronteiras. Isso forçou as embarcações a resgatá-los.

O futuro dos imigrantes ainda é incerto, mas a situação é parecida com a do barco de resgate alemão "Lifeline" que, com 233 imigrantes a bordo, no fim de junho, teve que esperar uma semana em alto mar antes de a disputa entre Roma e La Valeta ser concluídos e eles serem autorizados a desembarcar em Malta.