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Juiz determina que Coreia do Norte pague US$ 501 milhões por morte de americano

24/12/2018 20h05

Washington, 24 dez 2018 (AFP) - Um juiz dos Estados Unidos determinou nesta segunda-feira (24) que a Coreia do Norte pague uma indenização de 501 milhões de dólares pela morte, no ano passado, do americano Otto Warmbier, ao considerar que o estudante universitário foi torturado.

A família de Warmbier processou a Coreia do Norte em um tribunal dos Estados Unidos, depois que no ano passado o jovem, então com 22 anos, voltou ao seu país em estado de coma, vindo a falecer dias depois.

Beryl Howell, o juiz titular do Tribunal do Distrito da Columbia, concedeu 501.134.683,80 dólares à família, a maioria em danos punitivos.

"Uma família americana, os Warmbier, experimentaram em primeira mão a brutalidade da Coreia do Norte quando (o país) capturou seu filho para usá-lo como peão em suas maquinações globais e enfrentamentos com os Estados Unidos", destacou Howell.

"A Coreia do Norte é responsável pela tortura, tomada de reféns e assassinatos extrajudiciais de Otto Warmbier e pelos danos à sua mãe e ao seu pai, Fred e Cindy Warmbier", escreveu.

O magistrado disse que a Coreia do Norte não respondeu à demanda, apresentada pela família, em virtude da Lei de Imunidades Soberanas Estrangeiras, que permite aos demandantes com sede nos Estados Unidos acionar governos por crimes que não se consideram cobertos pela imunidade diplomática.

É pouco provável que a Coreia do Norte pague a quantia voluntariamente e, como um dos países mais isolados do mundo, acredita-se que que tenha poucos ativos nos Estados Unidos que possam ser apreendidos.

Mas o veredicto ocorre em um momento em que o presidente americano, Donald Trump, negocia um acordo sobre o arsenal nuclear da Coreia do Norte.

Warmbier, um estudante da Universidade da Virgínia, viajou para a Coreia do Norte em um tour, mas não voltou para casa. Foi detido no país asiático, acusado de crimes contra o Estado por supostamente retirar um cartaz em apoio ao líder norte-coreano, Kim Jong Un.