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Um dos jihadistas mais procurados da França volta à prisão

27/12/2018 20h20

Paris, 27 dez 2018 (AFP) - Um dos jihadistas mais procurados na França, Peter Cherif, considerado uma valiosa fonte de informação por agências de Inteligência ocidentais, foi preso novamente na tarde desta quinta-feira (27), após sete anos foragido.

Cherif, 36 anos, era próximo aos irmãos Kouachi, que mataram funcionários da revista satírica francesa Charlie Hebdo em 2015. Mais tarde, ele se tornou membro sênior da Al-Qaeda no Iêmen.

As autoridades francesas estavam procurando por ele desde que ele desapareceu em 2011, no último dia de seu julgamento em Paris, onde foi condenado a cinco anos de prisão por ter lutado no Iraque com a Al-Qaeda em 2004.

Cherif foi preso em 16 de dezembro em Djibouti depois de chegar do Iêmen com documentos de identidade falsos. Ele foi extraditado para a França no domingo e desde então se recusa a falar com os agentes encarregados de investigá-lo, segundo uma fonte próxima à investigação.

O homem também conhecido sob o nome de guerra "Adu Hamza" compareceu perante um juiz na quinta-feira antes de ser preso para cumprir sua sentença. Ele foi acusado de "associação com uma organização terrorista reincidente".

Foi aberta uma nova investigação em 2017 para apurar suas atividades no Iêmen, onde se juntou aos altos escalões da filial local da Al-Qaeda, conhecida como AQAP, segundo uma fonte próxima ao caso.

Peter Cherif foi incluído na lista negra de terroristas estrangeiros em 2015.

Ele tem sido uma figura de interesse para a polícia francesa na investigação dos ataques de janeiro de 2015 em Paris e nos bairros contra a Charlie Hebdo e um supermercado kosher.

Mas embora alguns meios de comunicação o apresentem como o "cérebro" desses ataques, Cherif não está sujeito a nenhum mandado de prisão por essa investigação.

"Venha à redação quando tiver cinco minutos", ironizou a revista satírica Charlie Hebdo, que dedicou sua capa à detenção de Cherif.

O ataque contra Charlie Hebdo marcou o início de uma onda de ataques jihadistas na França que deixaram 240 mortos.

Depois de sua prisão na cidade iraquiana de Fallujah em 2004, Cherif foi condenado a 15 anos de prisão em Bagdá antes de escapar em 2007 e ir para a Síria. Ele foi extraditado para a França antes de fugir novamente durante seu julgamento em 2011.