Peru vai impedir entrada de Maduro e de cúpula de governo da Venezuela
Lima, 7 Jan 2019 (AFP) - O Peru vai proibir a entrada do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, e dos integrantes da cúpula de seu governo no país, bem como suas transferências bancárias, seguindo os acordos do Grupo de Lima, informou nesta segunda-feira (7) o chanceler Néstor Popolizio.
"Vamos dirigir uma comunicação nesta manhã à Superintendência de Migrações, com uma lista de todos os membros vinculados à cúpula do regime de Maduro, familiares incluídos, para que não possam ingressar no país", disse o chanceler peruano à rádio local RPP.
Ele acrescentou que a medida entrará em vigor imediatamente.
O governo entregará esta informação, ainda, a "entidades que tenham a possibilidade de controlar toda a gestão ou as transferências bancárias deste grupo", acrescentou o alto funcionário.
A decisão é uma das ações concretas que os países do Grupo de Lima acordaram na sexta-feira passada, na capital peruana, em repúdio ao segundo mandato de Maduro, que começará na próxima quinta.
Lidera a lista o presidente Maduro, seguido de um bom número de membros do governo venezuelano, informou à AFP a chancelaria peruana.
O chanceler lembrou que no caso da Venezuela, "não é necessário visto para entrar no país, mas temos a possibilidade de colocar restrições de caráter migratório".
Popolizio reiterou que a principal mensagem do Grupo de Lima foi não reconhecer o novo mandato de Maduro (2019-2025), apoiar a Assembleia Nacional eleita em 2015, controlada pela oposição e declarada em desacato pelo máximo tribunal venezuelano e exigir que o presidente entregue o poder a esta Assembleia.
A declaração do Grupo de Lima exorta Maduro "a não assumir a Presidência e respeitar as atribuições da Assembleia Nacional e transferir-lhe, provisoriamente, o poder Executivo até a realização de novas eleições presidenciais democráticas".
Por isso, o governo de Maduro acusou o Grupo de Lima de "incentivar" um golpe de Estado com o apoio de Washington.
Em um comunicado lido pelo chanceler Jorge Arreaza, a Venezuela expressou "sua maior perplexidade ante a extravagante declaração de um grupo de países do continente americano, que após receber instruções do governo americano através de videoconferência, acordaram incentivar um golpe de Estado".
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